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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A discrição nas redes sociais


A menina moça, após acirrados estudos, entrou no mercado de trabalho. O deslocamento diário, até a firma, levou a compra de moto. O sonho de consumo tomara asas!
A alegria e satisfação, com própria condução, levaram a expor-se a amigos e estranhos. As fotos, fotografadas as dezenas, viram-se postadas e mostradas nas redes sociais!
Os conhecidos e estranhos, como informação pública, puderam apreciar a motorista e proprietária. O conhecimento, na agitada e perigosa vila, ampliou comentários e invejas!
Os malandros, inclusive ex-colegas (“metidos com porcaria”), careceram de deixar por menos. Algum, no primeiro cochilo, encontrou a oportunidade ímpar de roubo!
O veículo, num piscar de olhos, “evaporou-se do estacionamento”! Uns poucos minutos de compras, no mercado, foram o suficiente. O choro e desespero instalaram-se no ser!
A fulana continuou nos ônus das prestações. Ao transporte coletivo retornou como usuária. As lamúrias, pelo ocasional descuido, atormentaram a convivência e espírito!
A discrição revela-se arma contra a insegurança! Uns, na fortuita ingenuidade, expõem-se ao perigo. O lapso, como descuido, proporciona chances ao predisposto malandro!
A propriedade, aos estranhos olhos, desperta ciúme e inveja. As pessoas, diante das informações e posses, procuram a indevida apropriação e proveito!

Guido Lang
“Contos do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.alphaautos.com.br

O esplêndido dia


O amigo, numa curta e rápida viagem, mantém uma singela conversa com o vizinho. O tema, na improvisada conversa, relaciona-se as condições e previsões meteorológicas do dia!
O cidadão, senhor tarimbado no tempo, proferiu excepcional fala. Este, a partir da sacada, efetuou ímpares gestos e inesquecíveis palavras. O ato salientou-se pelo exagero!
A síntese, no geral, consistiu: “- O dia promete ser esplêndido. O melhor dos últimos tempos. O sorridente sol promete abençoar os inúmeros ambientes e gentes!”
O viajante, no retorno, deparou-se com ímpar movimentação. A moradia do beltrano viu-se tomada de gente. A pergunta, de imediato, relacionou-se a razão da anormalidade!
A chocante notícia, de fazer cair o queixo, foi repassada. O ímpar dia, num ataque fulminante, havia ceifado a existência. O camarada, no caixão, via-se no local em pleno velório!
A excepcional alegria, sem precedentes, seria prenúncio da derradeira partida? Assemelhados exemplos, em momentos finais, descrevem idêntica satisfação de espírito!
A imprevista partida, no assombro e dor dos familiares, assemelha-se a transformação de estado. Uns, pela grandiosidade e bondade d’alma, recebem antecipadas chamadas!
A morte, como sutil sombra, esconde-se na encruzilhada das vivências. Os enigmas, entre o céu e a terra, desafiam ciência e racionalidade!
                                 
                                       Guido Lang
“Contos do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.kindai.com.br