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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

A inaceitável lamúria


O ancião e o moço, na classe de filhos e vizinhos das colônias, depararam-se na venda. A conversa, na permuta de ciências e juízos, assumiu curso no convívio. O descanso, na distração, apontou consumido no esboço e exame agrário. O assunto, nas condições e viabilidade da agricultura familiar de subsistência, adentraram no debate e ponderação. O baixo preço, na venda da produção, sugeria instituir falência. As propriedades minifundiárias, na aquisição da produção pelos intermediários, aconteciam na qualidade de insustentáveis. Os colonos, no arado e braço, ralavam no esforço e prejuízo. As sobras, na receita, caíam inexpressivas (aos centavos). O jovem, no desalento do ofício, incidia na abdicação ou temor da bulimia. O senil, na ampla sabedoria, apontou dedo no adereço da mão e mente. O sentido, na mímica, apregoara: “Quem labuta e pensa carece de perpassar fome”. O laborioso, em qualquer ambiente e recinto, achega-se em apropriada e operosa hora.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://blogs.diariodepernambuco.com.br/espacodaprevidencia/?p=1401