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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A promoção do pepino


O pacato cidadão, de baixa formação escolar, instalou modesta feira. O negócio, na esquina da periferia urbana, fazia excepcional movimento de clientes!
As vendas, no geral, permitiam boas arrecadações e razoáveis lucros. Familiares, como auxiliares, viram-se empregados. Os sonhos de consumo puderam ser adquiridos!
A microempresa absorvia a totalidade do tempo. O expediente, na jornada, assumia quatorze horas diárias. Dezenas de outras acresciam aos sábados e domingos!
A clientela afluía na proporção das promoções. Alguma especial somou-se as tradicionais. Os produtos da safra ganhavam ampla oferta e venda!
A placa, em grandes letras, dizia: “Pipino – Um e noventa e nove o preço do quilo”. Espertalhões e gozadores implicaram na dúvida: trata-se de vender problemas ou verduras!
Um amigo e colega alertou de tratar-se de eventual pepino. O dono, de amarrada cara, revelou-se categórico: “- O pipino é meu e vendo com o nome que quiser!”
Outro mais deu os ares da graça: “Artigo novo? Desconhecia o fato de vender problemas!” A solução, diante da chacota, foi pesquisar e corrigir o equívoco!
Uma modesta letra pode fazer total diferença no significado da palavra. O vergonhoso não consiste em errar, porém insistir no erro. Perguntar e pesquisar ostenta-se sabedoria!
O indivíduo, nos negócios, precisa ser expert. A informação, como interrogação, evita uma porção de atropelos e correrias!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://portugues.torange.biz/Plants/Vegetable-and-water-melons/Pepino-no-jardim-de-2048.html

O demonstrativo dos encargos



A funcionária gostava do ambiente e trabalho. O maior e melhor tempo transcorriam no emprego. O ganha pão, como assalariada, exigia “a venda do serviço das horas”!
A queixa principal ligava-se ao minguado salário. Os ganhos, diante do capricho e dedicação, entendiam-se esparsos e parcos! A baixa qualificação via-se principal razão!
O empregador, como contratante, gostava da labuta da funcionária. A questão salarial, nas relações, criava atritos e falatórios. Os dispêndios pesavam igualmente ao pagador!
O empresário, na contabilidade, chamou à trabalhadora. O objetivo havia “em amparar arestas”. Elas, no imprevisto, instalam-se na diária e mútua convivência!
Desconfianças e descontentamentos requerem esclarecimentos! Chefe e subalterno, na contabilidade, cruzaram e desfizeram recíprocas dúvidas e queixas!
Os diversos e variados encargos foram delineados e explicados. A empresa, além do salário, cobria e honrava uma porção de ignorados pagamentos do funcionário!
Estes consistiam em atestados médicos, décimo terceiro, férias, fundo de garantia, licença gestante, planos de saúde, vale refeição... O salário dobrava quase nos dispêndios!
As conversas francas, como sabedoria, evitam uma porção de aborrecimentos. As pessoas, no desconhecimento, externam comentários e falatórios equivocados e impróprios!
Os esclarecimentos, nos desafetos e dúvidas, revelam-se divina bênção. As contratações, na gama de encargos, precisam ser bem avaliadas e calculadas!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.brasil.gov.br