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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

O castigo divino


A dita cuja, no pacato interior, revelou-se consorte do mercante. Os filhos, no singelo revendo, aprontaram acendidos e cunhados. A realidade, na sobrevivência, acoplou-se aos artifícios ambíguos e censuráveis. O cônjuge, na branda idade, ensinou as manhas do ofício.
A adulteração, em medidas e volumes, advieram no negócio. Qualidades e quantidades, nas mazelas de consumo, caíam na desgraça de clientes. Os ingênuos fregueses, em várias atitudes, foram iludidos. O cigarro e pinga, na produção, decorria na pueril toxina.
A consorte, na ganância do lucro, abonou as iniquidades. A cumplicidade apoiou as dezenas dos escusos interesses e práticas. A existência, no avanço da idade, pregou indigestos desígnios. A psique insidia na análise do fruto e rumo: “Deus não matara, porém brindara”.
O esposo e o rebento, na morte, foram enterrados na aflição e lamúria. Netos, nos idiotismos, envolveram-se nos “achaques do asfalto e concreto”. O amargoso dirigiu as pretensões do suicídio. O malogro aguçou os dias. A maldade pesou nas essências d’alma.
O sujeito, no sentido terreno, apresenta cálculo. Os atos recaem na divina vigilância. A consciência, na insônia (das noites), ateia moléstias. A economia material carece de regular a paz espiritual. A passagem, no alinho e retidão, alvitre expressão da calma e feliz extenuação.
O brio das ações incorre no deleite e júbilo da existência. “Aquilo que plantamos em ações, costumamos colher na cultura da vivência”.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.sebraeemercados.com.br/