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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A ímpar gentileza


Uma situação ímpar, com as chuvas de inverno, ocorreu numa determinada localidade. O ônibus escolar, em função do estado precário da estrada, deixou de circular!
O veículo careceu de arriscar-se em percorrer a rodovia de chão batido. O patrolamento, da via geral, deixou o barreiro tomar conta do leito principal!
O perigo, de atolar ou virar, mostrou-se iminente em meio às encostas e morros. Os alunos, através de celular do condutor, foram avisados duma necessidade de colaborar!
Estes, para serem conduzidos ao educandário na cidade, deveriam achegar-se em determinado ponto. Os pais, preocupados com o ensino, trataram de levar os filhos!
O comerciante, com acesso rápido e conhecido das partes, ganhou a missão. A tarefa consistia em avisar os desavisados. Este, como colaboração e gentileza, acatou o pedido!
A função, de dar e levar notícias aos moradores coloniais, revela-se uma histórica necessidade. Os clientes, nas emergências, contam do serviço de assistência!
A venda, nalgum entrocamento de caminhos, mantém-se como referência. O mascate, no interior, revela-se o cidadão melhor informado dos locais acontecimentos!
Aquela história, para assegurar a confiança, consiste duma mão lavar a outra! As pessoas, diante das dificuldades de sobrevivência, complementam-se como seres sociais!
Todos, sem nenhuma exceção, necessitam de cortesias e favores! O indivíduo, para boa convivência e relacionamento comunitário, carece de comportar-se e viver como ilha!

                                                                                Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ilha_feia.jpg

O crédito


O arigó, na abundância de crédito, queria usufruir da bonança e fartura! Este se fantasiou de abonado e ousado! A admiração e espanto despertou-se entre amigos e vizinhos!
O fulano, na facilidade dos empréstimos, colocou veículo novo na garagem. A alugada mansão ganhou a melhor mobília. A diversão ocorreu nos refinados ambientes.
Os conhecidos, na vizinhança, admiraram-se da repentina ostentação e riqueza. Onde teria auferido tamanha grana? Alguns suspeitaram do envolvimento em escusos negócios!
Os meses transcorreram naquelas excepcionais compras e sucessos! As exigências monetárias, numa altura dos cartões e empréstimos, deram as graças das cobranças!
Os credores, com polpudos dividendos, queriam o retorno das cedências. O endividamento, em prolongados anos, levou as renegociações de prazos e valores!
Os ganhos, em comprometidas somas e vários anos, mantiveram-se parceladas. As aquisições, na prática, não passaram de cedências de domínio de uso!
A labuta, em longas e penosas horas, custeou a manutenção. O objetivo mantinha-se em sustentar o avolumado. Os investimentos novos revelaram-se minguados!
O crédito escasseou com os endividamentos! Os comentários maldosos difundiram-se nas relações. Os fornecedores limitaram negócios! Os calotes viram-se sucedidos e temidos!
O milagre financeiro, com as alheias economias, ostenta-se uma falácia e ilusão. A opulência, para angariar aparências, esconde armadilhas e superfúgios!
                                                                                                   
                                                                                                         Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://blog.estudeadistancia.com