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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

As aventuras do Ricardão


O cidadão, após intenso estudo e trabalho, viu-se empregado. A gerência, numa média  empresa, levou a ganhar excelente salário. A sorte brilhava e sorria no jardim da existência!
Os ganhos, em anos, levaram a comprar um veloz carro (do ano). A espaçoso e magnífica mansão ganhou ares de edificação! O relacionamento familiar, na riqueza, fraquejou!  
Os convites e facilidades, na fama e fartura, passaram a ser muitos! As aventuras e festanças, diante da “virada cabeça”, tomaram forma. Ideias estranhas foram acatadas!
A separação, entre brigas e intrigas, sucedeu-se no matrimônio. A separação de bens ostentou-se a realidade. Esposa e filhos ganharam escassa atenção e preocupação!
O fulano, na informal conversa, dizia: “- De manhã sou o Ricardinho, a tarde o Ricardo e  a noite o Ricardão”. Este entendia-se como sinônimo de ”garanhão das madrugadas”!
As companhias, na proporção do bem estar financeiro, “achegavam que nem abelha no mel”. Estas, nos muitos e variados eventos, “choviam que nem água na horta”!
A gama de amigas, conhecidas e namoradas sucedia-se nos bailes e festas. Os dispêndios, das acumuladas sobras, foram dilapidados. Os gastos ultrapassaram os ganhos!
O cidadão, em meses, encontrou-se no desemprego e pobreza. A desgraça e miséria levou a implorar o retorno familiar. O patrimônio, no todo, via-se ainda uma modesta bicicleta!
O resto, na jornada, fora vendido e o dinheiro gasto na farra. A mulherada, no caminho, careceu de deixar por menos! A bonança faz achegar gente como amizade e irmão!
Nada melhor do que o tempo para revelar a realidade dos fatos. A cabeça fraca castiga o corpo!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.historiadigital.org

O excepcional refúgio


O morador, a título de embelezar o pátio, encheu de plantas o cenário residencial. O filho das colônias, em síntese, via-se protegido e refugiado na nativa vegetação!
O detalhe, nas variedades de espécies, recaiu sobre o tradicional coqueiro. Este, alheio as estiagens e geadas, ganhou a presença de dezenas de unidades. O visual via-se ímpar!
As palmeiras, como símbolo de perenidade, constituíram espécie de oásis. As palmas, no conjunto da vegetação, davam os ares do especial colorido e particular saliência!
O curioso, na caseira arborização, via-se no afluxo das diminutas aves. Os pássaros, de singelo porte e silvestre origem, abrigavam-se e viviam no interior do verde escuro das folhas!
A vida, no “só Deus sabe donde o afluxo”, somava beleza e mimo a criação. O espetáculo, na apreciação, ocorria junto aos exercícios dos trabalhos e rodadas de chimarrão!
As próprias, no refúgio, encontravam farto alimento. Os ambientes, nas adversidades ou bonanças, possuem encantos e segredos! O espectador precisa de olhos para reparar!
Os modestos detalhes encarregam-se de esconder a grandiosidade divina. Os cenários artificiais, aos atentos olhos, espelham o conhecimento e espírito dos criadores!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.regiaodosvales.com.br