Translate

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Árvore das estações

Uns moradores, de descendência indo-europeia, tem uma admiração e consideração especial pelas plataneiras (Platanus occidentalis). Estas, trazidas da Eurásia e América do Norte, impõe um colorido e imponência colonial. Destacam-se, em quaisquer cenários, pelas características das folhas lobadas (largas e verdes). A espécie ornamental, em cada estação, impõem seu colorido especial. Um conjunto de plantas forma um excepcional espetáculo. As árvores, de longa distância, vêem-se vislumbradas. O plantio, em função da ornamentação, revela-se um incentivo ao turismo rural (a semelhança da Rota Romântica/RS).
Um certo senhor, a todas as famílias da localidade, doou mudas. Este, a título de lembrança e enobrecimento do lugarejo, deu-se o trabalho de engrandecê-las. O objetivo consistiu em proporcionar uma especial sombra (nos momentos da inclemência solar). Os moradores, no cotidiano da vivência, relembrarem-se da sua cultura/origens. O turismo rural, no interior da comuna, como referência a um visual diverso. O orgulho de ser lembrado como bom vizinho na proporção de vislumbrarem a planta no lugarejo...
O doador, ao longo duma divisa (na estrada geral), transplantou duas dezenas da espécie. A finalidade consistiu em ornamental o cenário colonial assim como, lá adiante, produzir toras. A madeira, valiosa nas carpintarias e madeireiras, dá excepcionais móveis. Os netos, como lembrança do antepassado, poderão ostentar matéria-prima. Esta possibilitará confeccionar seus móveis (na proporção de casarem e edificarem suas casas). Uma singela herança do avó: plantadas bem antes do seu nascimento.
O plantador, no cotidiano da sua existência, usou a plataneira como referência. Estas, continuamente vislumbradas pela propriedade (sobretudo no pátio), ofereciam a noção da transitoriedade do tempo. As árvores, a qualquer época, revelavam o deslizar das estações. A vida, neste transcorrer, ostenta sua efemeridade. O indivíduo, neste fluir, tem a necessidade imprescindível de vivenciar dias mágicos. Procurar concretizar objetivos e realizar sonhos! Conviver com as belezas de cada instante, dia e estação.
A primavera, época do desabrochar, representa o deslanchar das folhas (na proporção do aquecimento). O começo da jornada do indivíduo rumo aos áureos dias. O verão, galhos repletos de folhas, significa os ares esbeltos e frondosos. A pessoa tem seu maior vigor e a necessidade de colocar em prática os sonhos. O outono, folhas avermelhadas e perda progressiva das energias, prepara-se progressivamente para chegada do rigor da existência. O camarada passa a colher os louros do trabalho e guarda reservas aos dias difíceis. A necessidade de colocar em prática os últimos desejos e sonhos. O inverno, troncos e ramos despidos, representa o compasso de espera de dias melhores e o recomeço da jornada. O cidadão encaminha-se progressivamente aos anos difíceis e ao retorno das origens. A necessidade de conviver com a descendência e deixar os registros das memórias.
O tempo escorre entre as mãos e a vida revela-se muito breve. A época, a cada tempo, com suas alegrias e belezas. Sejamos, como as plataneiras, esbeltas e nobres em qualquer cenário e estação. O indivíduo, nesta caminhada, nunca sabe que o aguarda na primeira esquina. A existência, portanto, ostenta-se muito curta para o egoísmo e a ganância.

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano da Vida”

Crédito da  imagem:http://www.vibeflog.com/picadaschneider/p/17190059 

Além dos próprios limites


Um arqueiro seguia próximo a um mosteiro hindu, conhecido por sua rigidez, quando viu os monges no jardim, bebendo e se divertindo.
“Como são cínicos aqueles que buscam o caminho de Deus”, disse em voz alta. “Dizem que a disciplina é importante, e se embriagam às escondidas!”
“Se você disparar 100 flechas seguidas, o que acontecerá com o seu arco?”, perguntou o mais velho dos monges.
“Meu arco se quebrará”, respondeu o arqueiro.
“Se alguém se esforça além dos próprios limites, também quebra sua vontade”, disse o monge. “Quem não equilibra trabalho com descanso, perde o entusiasmo, esgota sua energia e não chega muito longe”.

Autor desconhecido

Crédito da imagem: http://gentedomundo.blogspot.com.br/2010/08/ubud-bali-indonesia.html