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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Um propósito literário


     O objetivo desta série de artigos, versando sobre o cotidiano colonial, tem um propósito ímpar. Visam criar uma literatura colonial teuto-brasileira, no qual têm-se carência de registros. Pode-se, ao longo da colonização, pesquisar inúmeros dados da imigração de famílias, de locais, das genealogias, dos conflitos... O contexto, no entanto, pressente-se de uma ausência: o dia a dia do colono no interior da propriedade. Qual a cultura empírica acumulada ao longo das décadas e gerações de ocupação do espaço? Criou-se todo um conhecimento, que na prática não ganhou maiores apontamentos.
     Procura-se, como filho de colono, chacareiro e experiência urbana, iniciar estes escritos, que possam criar uma literatura para estudos acadêmicos e deixar “pegadas” da mentalidade de vida. A prática colonial, na real, consiste numa cultura marginal, que, em inúmeras ocasiões, viu-se denegrida e “causa de chacota generalizada”. Mostra-se riquíssima em função da mescla de valores germânicos com os latinos, quando precisou-se encontrar meios próprios a adaptação ao meio da América Meridional. O elemento teuto, como forasteiro jogado entre a floresta, necessitou criar uma civilização própria, quando viu-se semi-abandonado nas encostas e vales das terras sulinas (cobertas de uma vigorosa vegetação). A convivência, em pacatas localidades/picadas, num ambiente de intensa solidariedade, foram criando um conhecimento empírico que encontra-se desprezado ou ignorado pelos “doutores/especialistas das universidades”. Cabe-nos como obrigação com os ancestrais, eternizar os acontecimentos e conhecimentos nos apontamentos literários. Inúmeros, ao longo do tempo, passaram despercebidos/ignorados como se nunca tivessem existido em função da carência de registros. Precisamos fazê-lo como filhos da terra, quando, em função da rede mundial de computadores, a divulgação tornou-se fácil e rápida. Agrademos aos apreciadores dos singelos apontamentos, que são o início de “vôos maiores” rumo a eternização de um meio de vida.
     Necessita-se fazer registros para que esta civilização não passe em vão na História. A contribuição maior vem no sentido de fornecer alimentos para abastecer as mesas urbanas. A agricultura familiar de subsistência é a base de criação e plantação/manejo da terra!

Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-Brasileiro)