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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O espírito indomável


O jovem, filho das colônias, tentou ariscar a sorte na cidade grande. O trabalho braçal, na lavoura, seria substituído pela suave jornada urbana! A labuta prometia ganho certo!
O fulano, na empresa de calçados, empregou-se como mão de obra. A tarefa, na linha de produção, seria uma constante e ininterrupta repetência! O homem via-se como máquina!
A ocupação, por semanas, meses ou anos, prometia o exercício da exclusiva função. Os amigos e conhecidos, na minguada renumeração, submeteram-se a estafantes jornadas!
O processo de fabricação, em nenhum momento, acabaria assimilado na confecção. O emprego, na prática, induzia o cidadão à atrofia mental. Aquela idêntica rotina suceder-se-ia!
A situação, no exclusivo e único dia, viu o camarada no emprego e trabalho. O jeito, na ambição maior, consistiu em retornar provisoriamente as tarefas da lavoura!
A ideia, de autônomo profissional, havia sido pensada na tenra idade. O dinheiro, nas escassas privadas economias, foi empregado para enveredar no auto negócio!
A condição de subalternos vê-se rejeitada por muitos. Estes, nas ambições, carecem de comercializar a força de trabalho. Cada qual precisa descobrir e seguir seu norte!       
Os filhos, criados como donos do próprio nariz, carecem de sujeitar-se a condição de semiescravos.  A vida revela-se uma contínua corrida atrás do dinheiro e sonhos!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://blogdojorgeamorim.com.br/

As mudanças no poço


O morador, na encosta, mantinha especial nascente. Esta, por gerações, abastecia o consumo das necessidades preeminentes. Uma pérola encravada no interior da mata!
A família, no trabalho das proximidades, abastecia-se nas emergências. A nascente fornecia alento no refrescar e tomar. A fauna afluía para abastecer-se nas carestias!
O abandono, da agricultura familiar de subsistência, levou a mudanças de interesses e prioridades. A canalização, entre baixadas e morros, viu-se necessidade e possibilidade!
Um cano, de longa distância (dois mil metros), afluía e conduzia o valioso líquido (ao pátio). A encosta, como antiga lavoura, acabou reflorestada. O eucalipto ganhou a primazia!
Centenas de mudas ocuparam o solo. A exótica espécie, no conjunto da vegetação, via-se mesclada à nativa. As exuberâncias e grossuras salientaram-na no ambiente!
O curioso ligou-se a riqueza natural. A água, nos dias de extremo calor, sumiu no afloramento. As plantas absorveram os recursos hídricos. A família “ficou a ver navios”!
O reflorestamento, encravada na floresta, originou mudanças no subsolo. A mão do homem, no imprevisto, altera e renova exuberantes e magníficos cenários e mananciais!
Os recursos naturais despertam cedo a cobiça e vantagens financeiras. Água, em quaisquer ambientes e espaços, faz a especial e ímpar diferença!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.infoescola.com/hidrografia/mananciais/