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segunda-feira, 18 de março de 2013

Segredos da beleza de uma mulher


1. Para ter lábios atraentes, diga palavras doces.
2. Para ter olhos belos, procure ver o lado bom das pessoas.
3. Para ter um corpo esguio, divida sua comida com os famintos.
4. Para ter cabelos bonitos, deixe uma criança passar seus dedos por eles pelo menos uma vez por dia.
5. Para ter boa postura, caminhe com a certeza de que nunca andará sozinho.
6. Pessoas, muito mais que coisas, devem ser restauradas, revividas, resgatadas e redimidas; jamais jogue alguém fora.
7. Lembre-se que, se alguma vez precisar de uma mão amiga, você a encontrará no final do seu braço. Ao ficamos mais velhos, descobrimos porque temos duas mãos, uma para ajudar a nós mesmos, a outra para ajudar o próximo.
8. A beleza de uma mulher não está nas roupas que ela veste, nem no corpo que ela carrega, ou na forma como penteia o cabelo. A beleza de uma mulher deve ser vista nos seus olhos, porque esta é a porta para seu coração, o lugar onde o amor reside.
9. A beleza de uma mulher não está na expressão facial, mas a verdadeira beleza de uma mulher está refletida em sua alma. Está no carinho que ela amorosamente dá, na paixão que ela demonstra.
10. A beleza de uma mulher cresce com o passar dos anos.

Sam Levenson (1922-1980)

Crédito da imagem: http://www.mdig.com.br

A cobrança do trato



O produtor colonial, por inúmeros citadinos, vê-se tachado como ingênuo e modesto.   Ele, de maneira geral, mantém-se alheio as malícias e maracutaias urbanas. Este procura ocupar o tempo e preocupar-se com os afazeres das criações e plantações (vivendo em contato com a natureza).
Uma entidade cooperativada, com a contínua valorização do produto leite, resolveu fazer um projeto de financiamento de vacas. O objetivo consistia em elevar o nível genético dos planteis nos tambos. Os colonos, com alguma produção leiteira, poderiam inscrever-se no programa. Os técnicos, do departamento agro-técnico, analisariam as qualidades dos animais e as condições econômicas dos interessados. As vacas viriam compradas dos melhores tambos e transferidas aos produtores inscritos.
Um humilde rural, com alguma dezena de litros, participou da inovação. Ele, através dos técnicos, ganhou o aval da entidade e as ditas vacas foram-lhe trazidas. Estas, belos exemplares da raça holandesa, vieram enobrecer o meio colonial e a propriedade particular. A produção de leite, de imediato, saltou na conta do produtor. Os terneiros, na primeira oportunidade, viram-se gerados (na proporção do cio). A finalidade consistia em criar futuras produtivas novilhas/vacas. O melhoramento genético e produtivo, em síntese, funcionou a contento.
O produtor, em função das dificuldades econômicas familiares e esperteza financeira, deixou de honrar as prestações do débito. Este extraia os dividendos das vacas e nada de pagar os encargos. A escassa produção não cobria os exorbitantes valores assumidos. A entidade, depois de vários avisos/recados trazidos pelo leiteiro, enviou um ultimato de acerto de contas caso contrário os animais seriam reaprendidos/reavidos. A alternativa, como primeira opção, consistiu “em mostrar a cara” para ter uma conversa com o presidente da entidade.
O chefão e o fulano, no gabinete da entidade cooperativada, tiveram uma conversa franca (“para colocar os devidos pingos nos is”). A cooperativa, diante da carência de quaisquer pagamentos, queria uma indenização (em função do uso prolongado dos animais). O colono, durante uns meses, havia subtraído leite e terneiros. As vacas, com vida útil limitada a poucos anos, obrigaria a entidade a cobrança de algum ressarcimento. O discurso do maioral foi nessa ênfase.
O rural, no decurso da conversação, colocou sua tônica. Este, pelo senso de justiça, concordava em pagar alguma reparação (pelo ônus de uso prolongado de uns quatro bons anos). Ele, como criador e tratador, também tinha sua necessidade de cobrança de dispêndios. A cooperativa deveria compensá-lo pelo trabalho de cuidar e o trato animal dispendido neste longo espaço de tempo. A solução, numa choradeira e lamúria mútua, ficou na típica troca/tradicional “elas por elas”.
Os amigos, conhecidos e vizinhos admiraram-se da astúcia e ousadia do produtor. Ele, um pacato morador, “conseguiu passar a perna no cara mais esperto da comuna”. Alguém finalmente conseguira encampar e ludibriar o presidente da cooperativa. A entidade mostrava-se sempre a parte mais forte e o produtor a parte mais frágil. A corda, pela experiência, arrebentava sempre na parte mais fraca e dessa vez fora uma exceção. Poucos davam-se o direito de falar de igual para igual com uma autoridade desse porte.
Bons argumentos derrubam um conjunto de explicações e palavras. Os modestos, nos confrontos teóricos, costumam advir com ideias e opiniões determinadas e meditadas. Contratos mal elaborados não passam de aborrecimentos e prejuízos monetários. Comprovantes são meros papéis e não compram as necessidades na esquina.

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano Colonial

Crédito da imagem: http://www.waitaki.com.ar/