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sábado, 8 de dezembro de 2012

O homem no paraíso


Uma vez um homem estava viajando e, acidentalmente, entrou no paraíso.
E no conceito indiano de paraíso existem árvores dos desejos.
Você simplesmente senta debaixo delas, deseja qualquer coisa e imediatamente seu desejo é realizado - não há intervalo entre o desejo e sua realização.
O homem estava cansado, e pegou no sono sob a árvore dos desejos.
Quando despertou, estava com muita fome, então disse:
"Estou com tanta fome, desejaria poder conseguir alguma comida de algum lugar".
E imediatamente apareceu comida vinda do nada - simplesmente uma deliciosa comida flutuando no ar.
Ele estava tão faminto que não prestou atenção de onde a comida viera - quando se está com fome, não se é filósofo.
Começou a comer imediatamente, a comida era tão deliciosa...
Depois, a fome tendo desaparecido, olhou à sua volta.
Agora estava satisfeito.
Outro pensamento surgiu em sua mente:
"Se ao menos pudesse conseguir algo para beber".
E como não há proibições no paraíso, imediatamente apareceu um excelente vinho.
Bebendo o vinho relaxadamente na brisa fresca do paraíso, sob a sombra da árvore, começou a pensar:
"O que está acontecendo? O que está havendo? Estou sonhando ou existem espíritos ao redor que estão fazendo truques comigo?"
E espíritos apareceram. E eram ferozes, horríveis, nauseantes.
Ele começou a tremer e um pensamento surgiu em sua mente:
"Agora vou ser assassinado, com certeza!"
E ele foi assassinado.
A sua mente é a árvore dos desejos. Mais cedo ou mais tarde, as coisas acabam por acontecer mais ou menos tal como você imaginou.

Autor Desconhecido

Obs.: Se algum leitor souber o nome do autor do texto, favor informar ao autor do blog, para que os devidos créditos possam ser concedidos a esta pessoa.

Crédito da imagem: http://cincopausdegasolina.blogspot.com.br/2009_11_01_archive.html

As instalações


        
          Qualquer morador/rural, junto a casa, preocupa-se em ter umas boas instalações. Estas relacionam-se a boas coberturas. Elas abrigam o conjunto de criações, ferramentas, maquinários... Espelham, numa primeira impressão, a real vocação agrícola dos ocupantes desses espaços. O estado da sua real apresentação de longe o forasteiro e a vizinhança vislumbra. Procure, portanto, ser caprichoso nas tuas edificações!
Estas, a título de exemplo, relacionam-se ao estábulo (para quem cria vacas como tambo); chiqueiro (criador de suínos como creche e consequente engorda); galinheiro (cultiva criação de galinhas caipiras)... Os locais, nos dias chuvosos (sobretudo no inverno), conhecem sua real importância. Permitem o manejo do bicharedo abrigado das intempéries do tempo. Elas, de maneira geral, localizam-se alguma dezena de metros da moradia. Permitem o rápido acesso (diante do primeiro berreiro de algum predador). Os cuidados, na domesticação, são primordiais caso contrário nem adianta começar nalguma empleitada. Os animais precisam de abrigo, cuidado e trato. Alguma distância, da residência, visa manter afastado/resguardar-se das eventuais incursões de insetos (sobretudo das moscas). O colono caprichoso e dedicado prima em não deixar acumular dejetos/fezes, que são próprios à proliferação de inconveniências.
Inúmeros moradores deixaram de criar maior número de animais. O pequeno criatório pouco compensa em função dos dispêndios com rações e tempo. Cria-se algum bichinho para consumo próprio e “fugir das carnes com hormônios”. O fato tem levado ao desleixo com as instalações.  O paiol, com a história da confecção da silagem, caiu praticamente no desuso. O chiqueiro, com o gasto da alimentação, pouco compensa criar algum porquinho. Este autoconsume-se na despesa e a maioria opta por comprar a carne suína. O espaço, com exceção dos criadores cooperativados/integrados, encontram-se ocioso. O tambo mantém-se o espaço mais ativo. O comércio do leite ainda angaria dividendos/sobras. Permite um dinheiro à manutenção da atividade rural de subsistência. O galinheiro abriga poucas aves em função do impróprio (de defecar por tudo). Abastecem a família com ovos e eventuais carnes (uma boa galinhada, com galinha caipira, mostra-se um prato especial na ceia familiar). Espaço das máquinas ocorre nalguma cobertura/puxado próprio ou encontra abrigo junto às demais instalações.
As ferramentas, cada qual no seu espaço próprio, pode ganhar guarda no paiol. Colono organizado ostenta boas construções; integram o conjunto de edificações dos pátios coloniais. O estado delas dá noção do real capricho e vocação agrícola. Algum arvoredo, como excepcional sombra, complementa o cenário do ambiente de moradia e produção. Soma-se, ao conjunto, uma boa garagem. O veículo automotor ganha uma atenção primordial (uma espécie de rei em função do status social).
As instalações, na proporção da casa ser das mulheres, mostram os locais próprios dos homens. Eles arrumam, cuidam e trabalham no ambiente. Um alento, para sossegar ouvidos, das reclamações e queixas das companhias. A produção de alguns animais mostra-se um fator de economia familiar (na proporção de diminuir custos com compra de carnes). Boas instalações ostentam-se sinônimos de capricho, dedicação, investimento... Em outras palavras: são um retrato dos donos/usuários.

Guido Lang
Livro “Histórias da Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://venanciojl.multiply.com/journal/item/14/14