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sábado, 10 de janeiro de 2015

A habitual dúvida


O pacífico habitante, filho das colônias, parecia morar asilado nos domínios. A lavoura de subsistência sucedia no alimento. O consumo, no prato, ocorria no prodígio das mãos e terras. O livre-arbítrio, na condição de patrão do próprio nariz, advinha no orgulhoso conto.
O homem, na filosofia da vivência, nutria ímpar valor. O princípio, na instrução formal, foi exteriorizado à estirpe. A habitual ponderação caía no epílogo das jornadas. O ensejo definia autonomia e deleite. Afobação, agitação e neurose inexistiam nas ocorrências.
As perguntas, na autorreflexão, incidiam: “- Trabalhei o satisfatório no dia para auferir o sustento? Aipim, carne, feijão e ovo sobrevieram na produção? Faço jus em saborear o prato na alegria e afeição do esforço? Costumo ser benefício ou encargo no meio social?”
O sujeito, no dia de ócio, obrigava-se noutro em redobrar a faina. A ausência de produção, na sã saúde, seria abuso e carga à coletividade. “O prato de comida gratuito inexiste na economia” ou a “ausência de dispêndios, na deglutição, sobrevém na aberração”.
O tempo, na árdua essência, trouxe benefício e riqueza. A sobrevivência caía na classe de divertimento e encanto. A abastança, no decurso do rancho, desenrolava-se no conjunto das criações e plantações. A propriedade, no ambiente comunitário, sobrevinha na evidência.
Os modestos aferros, no diário das atitudes, inserem diferença e prodígio. As pessoas, nos artifícios e patrimônios, amparam-se em comparativos e modelos.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://ultradownloads.com.br/papel-de-parede/Uma-Simples-Casa-de-Campo/