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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A invencível dor


A existência, em ocasiões, crava agruras e artifícios. O infortúnio, na analogia de ardida chaga, ocasiona inquietações e modificações. O encanto dissolve-se nos ambientes e dias.
O casal, na afeição e sacrifício, vivia mágico consórcio. A faina permitia digna subsistência. A convivência, na consolidação familiar, acontecia na analogia e entrosamento. Os filhos, na afluência normal, advieram na bênção e planejamento. A sorte floria e sorria.
O casal, na diligência, alegrou a união. O desenvolvimento, na infância e adolescência, ocorria na normalidade. A loucura, no trânsito, trouxe o imprevisto. O acidente, no infortúnio, ceifou preciosa vida. A jovem moça, na insuperável dor, antecipou o caminho do além.
A família, nos contínuos anos, convive na perene agonia e lembrança. Os pensamentos direcionam-se a finada. A vida, no gosto, perdeu a essência. A angústia, na vigília das noites, advém no desencanto e marasmo. A senilidade, no desgosto, antecipou-se no tempo.
Os filhos, em quaisquer épocas e idades, traduzem-se na extensão dos pais. Os genitores, no bem estar dos rebentos, organizam e programam os dias.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://g1.globo.com/