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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O hábito sagrado


    
     Os colonos, em função do cansaço do trabalho rural, tem o hábito de dormir cedo. O esforço físico exige um descanso adequado do corpo. O trabalho, numa propriedade bem administrada e organizada, parece nunca terminar. As tarefas, em épocas como a primavera, avolumam-se as centenas. Fica difícil definir o prioritário, porém tudo merece receber uma atenção adequada.
    Os animais, no clarear do dia, agitam deveras o ambiente! Querem a merecida atenção em limpeza e trato. Significa levantar cedo no contexto da propriedade e “atender a clientela”. Os olhos do dono enobrecem a domesticação! O sono familiar, num certo ponto, segue o ciclo animal, que significa/representa “pular cedo da cama”. Os trabalhos, como a ordenha, iniciam-se para aliviar as vacas das inconveniências dos úberes cheios. Aves e porcos querem a ração com vistas de silenciar a bagunça e gritaria. Leva-se um tempo a essas tarefas caseiras. Daí querer aproveitar alguma frescura da manhã para os manejos da terra. O corte de pasto, por exemplo, ganha qualidade na proporção de ser cortado nas primeiras horas matinais.
     A dedicação e o esforço, depois da peleia da manhã e do almoço (de renovação das energias), exigem um merecido descanso. Entra aí o hábito sagrado do cochilo! A tradicional sesteada, para recompôr o ânimo, diante duma pausa momentânea (do sistema nervoso). Esta ocorre costumeiramente entre treze e quinze horas (pique da insolação solar). Uma forma de precaver-se da insolação (diante da pele branca/européia). Pode estender-se de alguns minutos até algum sono mais profundo. O colonial, conhecedor dessa realidade, evita maiores compromissos familiares neste ínterim de tempo. Pode achegar-se de manhã cedo ou cair do dia, porém nada de atrapalhar/estragar essa magna prática.
    As "más línguas", sobre a vida de casais, falam desse horário próprio. Inúmeras intimidades tomariam vulto no ínterim desse descanso momentâneo. Daí, nas colônias, diversos coloniais ganharam a vida nestes singelos relacionamentos amorosos. A sesteada: motivo ''de pausa total”. Os dias, na primavera verão, costumam ser compridos e acompanhar o florir das estações. Os corpos exigem o tal do repouso do meio dia, que rejuvenesce almas e serena espíritos.
   As sesteadas integram o conjunto das singela maravilhas da existência colonial. Os corpos descansados e aliviados produzem um trabalho mais rendoso. Quem conhece e pratica o hábito dificilmente consegue ficar sem o soninho vespertino.  

Guido Lang
Livro "Histórias das Colônias"
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: Arlindo Itacir Battistel

Marcus Tullius Cícero

  1. Justiça extrema é injustiça.
  2. Os livros são o alimento da juventude.
  3. Nada é perfeito quando encontrado.
  4. Penso que nada é difícil para quem ama.
  5.  Uma casa sem livros é como um corpo sem alma.
  6. O melhor tempero da comida é a fome.
  7. Tudo tem um começo modesto.
  8. Um bom amigo é mais digno do que cem familiares.
  9. Reconhece-se o amigo certo numa situação incerta.  
  10. A ignorância é a maior enfermidade do gênero humano.
  11. Se temos uma biblioteca e um jardim temos tudo.
  12. No meio das armas, calam-se as leis.
  13. Rico é aquele que tem tanto que não deseja mais.
  14. Os bens mal adquiridos evoluem de mau modo.
  15. O hábito de tudo tolerar pode ser a causa de muitos erros e de muitos perigos.
  16. Quanto melhor é uma pessoa, mas difícil se torna suspeitar da maldade dos outros.
  17. As lágrimas secam depressa, especialmente quando se trata das tristezas dos outros.
  18. Não basta adquirir sabedoria; preciso é, além disso, saber utilizá-la.
  19. Prudência é saber distinguir as coisas desejáveis das que convém  evitar.
  20. Os homens são como os vinhos: a idade azeda os maus e apura os bons.
  21. Nenhuma fortaleza é tão forte que não possa ser tomada sem dinheiro.
  22. Viver feliz não é mais do que viver com honestidade e retidão.
  23. A dedicação continua a um objetivo único consegue frequentemente superar o engenho.
  24.  Ninguém é assim tão velho para não acreditar que poderá viver por mais um ano.
  25. Qualquer pessoa pode errar, mas ninguém que não seja tolo persiste no erro.
  26. Nunca estou mais acompanhado do que quando estou sozinho.
  27. Quanto maior são as dificuldades a vencer, maior será a satisfação.
  28. Não há nada que não se consiga com a força de vontade,  bondade e, principalmente, com  o amor.O primeiro dever do historiador é não trair a verdade, não calar a verdade, não ser suspeito de parcialidades ou rancores.
  29. Viver sem amizade é viver mal.
Marcus Tullius Cícero (106 a. c. – 43 a. c. )

(Pensamentos reunidos, a partir de fontes diversas, por Guido Lang)

Crédito da imagem: http://www.institutodehumanidades.com.br/arquivos/galeria_cicero.php