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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O anel

Houve certa vez um rei sábio e bom que já se encontrava no fim da vida.
Um dia, pressentindo a iminência da morte, chamou seu único filho, que o sucederia no trono, e do dedo tirou um anel.
- Meu filho, quando fores rei, leva sempre contigo este anel. Nele há uma inscrição. Quando viveres situações extremas de glória ou de dor, tira-o e lê o que há nele.
O rei morreu e o filho passou a reinar em seu lugar, sempre usando o anel que o pai lhe deixara.
Passado algum tempo, surgiram conflitos com um reino vizinho que desencadearam uma terrível guerra.
À frente do seu exército, o jovem rei partiu para enfrentar o inimigo. No auge da batalha, vendo os companheiros lutarem e morrerem bravamente, num cenário de intensa dor e tristeza, mortos e feridos agonizantes, o rei lembrou-se do anel. Tirou-o e nele leu a inscrição:
- ISTO TAMBÉM PASSARÁ!
E ele continuou sua luta. Venceu batalhas, perdeu outras tantas, e no fim saiu vitorioso.
Retornou então ao seu reino e, coberto de glória, entrou em triunfo na cidade. O povo o aclamava.
Nesse momento de êxito, ele se lembrou de novo de seu velho e sábio pai. Tirou o anel e leu:
- ISTO TAMBÉM PASSARÁ!

Legrand (sem dados biográficos; parece que o autor do texto não quis divulgar o seu nome real).

Crédito da imagem: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-454500038-anel-aco-inox-com-dourado-chave-grega-inspirartz-_JM

O natural

Um produtor, dentro da agricultura familiar de subsistência, mexia com uma porção de produtos. Este, a título de exemplo, abatia animais, fabricava melados, enlatava frutas, trançava fibras... Diversos itens, volta e meia, acabavam desperdiçados/respingados. Este, no ínterim, pode observar o comportamento dos seres vivos.
Aves e insetos ostentam uma extrema sensibilidade. Estes, para manter as espécies nos bilhões de anos, precisaram adaptar-se aos diversos meios.  A fauna, há milênios antes dos homens, mantinham-se já presentes no planeta. O homo sapiens “encontrava-se em projeto”. Os primeiros, aos milhões, habitavam os muitos ambientes terrestres. Os homens, como vantagem, adequaram-se aos hábitats mais inóspitos e artificiais.
O colonial, a título de curiosidade, chamou atenção a um detalhe. O bicharedo, de maneira geral, distingue entre os víveres. Estes, entre as opções artificiais e naturais, procuram pelo último. O cidadão, a título de experiência, improvisou uma situação. Exemplo: colocou dois cochos de água próximo a um mato:  uma natural e outra clorada. Os bichos, domésticos e selvagens, precisaram escolher entre as partes. A escolha parecer-lhes-ia fácil: a natural. Idem água corrente ou parada: optam pela primeira.
O indivíduo, como escola de vida, precisa seguir certos hábitos. Priorizar, dentro das possibilidades, os ambientes/artigos naturais em detrimento dos artificiais. O organismo assimila melhor. Esta realidade aplica-se para aqueles que almejam alcançar a longa vida. Aqueles dispostos a aumentar o número de dias na passagem terrena. Quaisquer excessos nas muitas realidades costumam ser incentivo a brevidade. O rústico, por incrível que pareça, predomina sobre a comodidade/conforto. Exemplos: caminhar em detrimento do andar; água em vez de bebidas; calor em vez refrigeração...
“Cada cabeça com sua sentença”. Muitos, de inúmeras maneiras, “queimam parte dos estoques de dias”. Abusam das benesses do organismo com os exageros. Os vícios, como bebidas, doces, fumos, remédios, falam mais alto que a disciplina do bom senso (comer e beber de tudo, porém de forma moderada). O camarada, na real das posses, mostra-se unicamente dono da própria vida. O resto tem-se a impressão de ser dono. A sabedoria, portanto, consiste em cuidar ao extremo da existência (como dádiva divina). Quem ama a Deus, ama a si próprio.
Os acontecimentos, quaisquer que sejam, tem um propósito maior. Os muitos dias inclinam-se na direção do natural e rústico. Exercite/prive o corpo e acabarás dando alguma sobrevida de dias. A vida é feito de escolhas e cada qual, de uma ou outra forma, faz as suas. Aqueles de vida mais difícil/rústica costumam ter o maior número de dias nas colônias.

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano das Colônias”

Crédito da imagem:http://latestwallpaperonline.blogspot.com.br/2011/04/natural-wallpaper.html