Translate

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Uma destinação agrícola


    Uma certa família, de gerações na agricultura familiar de subsistência, possuía uma área. Ela (a terra), durante décadas, vira-se ocupada com culturas anuais e pastoreios. O inconveniente relacionara-se a declividade, que sempre dificultara o trabalho braçal. Algumas pedras e tocos somaram-se ao cenário de empecilhos.
     Os familiares, com a produção de hortaliças, não precisavam mais da lavoura. Surgira a questão: Quê fazer com a área? Deixar o mato nativo tomar conta? Nunca mais poder derrubar a vegetação? Reflorestar com eucalipto? Discutiu-se a questão no seio familiar e partiu-se ao plantio com o eucalipto. Plantou-se centenas de mudas. As plantas, em função da excepcional fertilidade e um cuidado acirrado das formigas, cresceram numa exuberância ímpar.
     A exploração, em anos de desenvolvimento, tornou-se possível. Deixou-se as plantas crescerem e virarem toras. Uma espécie de poupança familiar aos eventuais infortúnios da velhice. Agora a antiga roça, na realidade, não se revelava abandonada, mas sim ocupada com alguma cultura.
      Esta tem sido a situação de inúmeras baixadas e encostas, que viram-se cultivadas com a silvicultura. Diversas famílias, das suas antigas lavouras, fizeram “um cenário de tapete verde”. Ocupar, com acácia negra e eucalipto, o lugar das outrora áreas aráveis, enquanto não convém explorar com culturas anuais (em função de outros interesses econômicos), transformou-se em uma circunstância comum.
     O indivíduo, a título de turismo rural, passeia nas muitas localidades. Vê o eucalipto tomar conta como, num aparente "deserto verde", das encostas dos morros. As áreas, da antiga colonização, precisaram duma destinação agrícola diante do abandono, de milhares de famílias, dessa atividade produtiva. A solução foi “cultivar mato e mais mato” com razão da floresta original/natural não reconquistar seu espaço. Compra-se, do Brasil Central, os grãos necessários as inúmeras criações, enquanto a produção local não dá conta de abastecer as necessidades regionais. A promessa é a de que as regiões reflorestadas são/serão especiais produtoras de carvão e madeira.
     Cada época e geração com os seus desafios e prioridades econômicas. O reflorestamento mostra-se uma possibilidade de dividendos, todavia exige uma infindável paciência. Uma adequada destinação agrícola não pode faltar as áreas, que, com sangue e suor do trabalho animal e braçal, foram conquistadas a partir da devastação da floresta nativa.

Guido Lang
Livro "Histórias das Colônias"
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://www.clicrbs.com.br/jsc/sc/impressa/4,1124,3184916,16356

Lucius Annaeus Sêneca

 
  1. Se quer ser amado, ame.
  2. Toda arte é imitação da natureza.
  3. Cata-te primeiro se queres que os outros se calem.
  4. Desventurado é aquele que por tal se julga.
  5. O fogo é a prova do ouro; a miséria, a do homem forte.
  6. A vida,  sem uma meta, é completamente vazia.
  7. É melhor saber coisas inúteis do que não saber nada.
  8. É grande quem sabe ser pobre na riqueza.
  9. Todos os meus bens estão contigo.
  10. Nenhum bem, sem um companheiro, não nos dá alegria.
  11. Os fatos devem provar a bondade das palavras.
  12. A economia por si só é uma grande fonte de receitas.
  13. A coragem conduz às estrelas e o medo à morte.
  14. Quem pede com timidez dá ensejo à negativa.
  15. Quantas vezes o dia transcorreu como o planejado?
  16. Ninguém é livre se é escravo do corpo.
  17. No seio do homem virtuoso existe Deus.
  18. Não podemos evitar as paixões, mas podemos vencê-las.
  19. Quem depende do futuro está perdido no presente.
  20. Conversa com aqueles que possam fazer-te melhor do que és.
  21. Homem poderoso é aquele que tem poder sobre si mesmo.
  22. É parte da cura é  o desejo de ser curado.
  23. Nada é tão lamentável e nocivo como antecipar desgraças.
  24. O homem que sofre, antes de ser necessário, sofre mais que o necessário.
  25. Para a nossa avareza, o muito é pouco; para a nossa necessidade, o pouco é muito.
  26. Os desejos da vida formam uma corrente cujos elos são as esperanças.
  27. Justamente aquelas coisas que provocam mais medo são menos temíveis.
  28. Na vida  pública, ninguém olha para os que estão pior, mas apenas para os que estão melhor.
  29. Possuir um bem, sem o partilhar, não tem qualquer atrativo.
  30. Depois da morte não há nada e a morte também não é nada.
  31. Procura a satisfação de veres morrer os teus vícios antes de ti.
  32. Pobre não é aquele que tem pouco, mas antes aquele que muito deseja.
  33. Quem é temido, teme; não pode ficar tranquilo quem é objeto do medo alheio.
  34. A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.
  35. Ninguém chegou a ser sábio por acaso.
Lucius Annaeus Sêneca (4 a. c. – 65 d. C.)

(Pensamentos reunidos, a partir de fontes diversas, por Guido Lang)

Crédito da imagem: http://psicosmica.blogspot.com.br/2012/04/fracasso-por-seneca.html