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quinta-feira, 27 de junho de 2013

O espetáculo da inércia



Um indivíduo, no centro duma grande cidade, conduzia seu singelo veículo tendo por companhia a sua esposa. O movimento era intenso para todos os lados. As pessoas pareciam não querer perder a menor fração de tempo.
O carro, para lá de rodado, ostentou uma imprevista pane. Este, em meio às centenas de pessoas e veículos, ficou obstruindo uma rua principal. A confusão, em instantes, tomou conta do espaço!
O curioso, diante duma movimentada parada de ônibus - repleta de gente, constituiu-se no comportamento humano. Outros, como motoristas, pedestre e vendedores, viram-se indiferentes ao flagelo alheio.
O condutor, diante do espetáculo da inércia, precisou improvisar e resolver. Ninguém, como viva alma, procurou estender uma mão amiga. Alguma empurradinha, como ajuda, manteve-se impossível (com razão de liberar a via).
Os condutores, as dezenas, trataram de contornar o obstáculo. A impossibilidade de estacionar mostrou-se inviável. A multidão assistiu atenta o esdrúxulo espetáculo!
Uma singela pane, na hora do “rush” (corrida), causou toda uma indiferença e tumulto. As pessoas, em função da humildade e pobreza, ficaram temerosas de estender a mão.
O motorista, num momento desses, sabe unicamente dos incômodos e perigos. A tristeza consistiu em estar cercado de semelhantes e estar literalmente só.
O veículo, com alguma deficiência mecânica ou problemas de documentação, não pode arriscar-se em circular pelas rodovias. Os humanos, em meio aos temores da insegurança, aparentam perder a espontaneidade e solidariedade. Os imprevistos medem o tamanho da criatividade e paciência!

                                                                   Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://jacksonrangelvieira.com

O cochilo na esperteza



Um morador, em função de encomendas de carnes, abatia seus jovens galos. As galinhas, com a inexperiência dos frangotes, sentiam-se carentes e desprotegidas!
Os machos, de alguma distância das vizinhanças, afluíam como chefes. Estes, em escasso tempo, cantaram glórias das companhias e conquistas!
Os haréns viam-se constituídos num “vap e vup”! A ousadia de alguns, em meio a estranhas terras, foi de afugentar os fracos e novos. A petulância levou a represálias!
Um galanteador, como esbelto e fortão, resolveu inovar. Ele, não podendo levar as galinhas, procurou fincar as raízes no espaço. Ele, no cochilo da esperteza, acabou invadindo o alheio galinheiro.
O criador, como incômodo visitante, aplicou-lhe as graças de ceifar a cabeça. Aquela história, de estranhos quererem mandar nos alheios pátios, funciona mal nas colônias!
Quaisquer proprietários, na concessão das suas instalações e terras, carecem de maiores chefias. Estes, como filosofia básica, dão as coordenadas no patrimônio.
Os próprios das espécies, das variadas criações domésticas, espantam e reparam os eventuais intrusos! A discrição, com a eficiência no negócio, representa o segredo da sobrevivência!
Os machos cedem cedo aos caprichos e mimos íntimos. Certas escolhas não passam de belas armadilhas e dispêndios. Quaisquer cuidados, diante da astúcia humana por dinheiro, revelam-se ineficazes e perigosos!

                                                                                     Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.agricolaepecuaria.com.br