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sábado, 29 de junho de 2013

A modesta anciã


A senhora, na calada da manhã, toma a esquina duma movimentada rua. Ela, nos sessenta anos e tanto, procura reforçar o orçamento com alguma esmola.
O sereno e umidade, nos ares do inverno, levam-a a cobrir com alguma manta a cabeça. Esta, na proporção da sinaleira aberta, assenta-se numa pedra (como improvisada cadeira).
Um pedestre, com idade de ser seu filho, passa no logradouro público. Ele, num momento, assusta-se com a ímpar presença. A pobreza choque-lhe o coração!
O cidadão, numa rápida auto-reflexão, interroga-se: “- Quê será que sucedeu com a fulana? Quais os infortúnios da precária condição econômico-financeira? Será que carece de receber algum benefício? Os filhos e netos onde andam?”
O camarada, com alguma sacola de frutas, oferece umas cortesias. As bergamotas, laranjas e limas, levadas como merenda particular, podem ser escolhidas a bel prazer!
Ela, num assombro com a espontaneidade, parece não acreditar na bondade e gentileza! A fulana, num rápido olhar, encara o doador! Um leve sorriso salta-lhes nos lábios!
A fala, num instante, estendeu-se: “- Moço! Deus lhe pague o favor!” Este, como anônimo e singelo anjo, alegrou-lhe o espírito! O pouco fez diferença no âmbito geral!
O dinheiro nem sempre mostra-se a melhor escolha como doação! Os donativos, do estômago, revelam a real necessidade ou não da caridade!
Faça o bem sem olhar a ninguém! “O indivíduo precisa ser muito especial com quem poderia ser sua mãe ou pai!” O amanhã, nos seus infortúnios e sortes, só Deus abençoa e sabe!
                                                                            
 Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: 
http://novooqeisso.blogspot.com.br

A melhor idade


Uma cidadã, numa vida inteira, encontrava-se submissa a terceiros. Ela, na aposentadoria, pode mudar os desígnios e objetivos!
Esta, na infância, manteve-se submissa ao mando dos pais. As proibições eram muitas! O casamento achegou-se! O marido davam as rédeas. O controle íntimo conhecera “a marcação cerrada!”
Os filhos, num toque, advieram na família. Estes aumentaram as necessidades e obrigações. O trabalho, como complemento de renda familiar, tornou-se uma realidade.
As dedicações, horários e tarefas viram-se contínuos cobranças na casa e empresa! O tempo, como descanso ou folga, vieram sempre contados nos minutos! Cobranças de todos os lados e modos advinham das chefias!
A fulana, depois de muito contribuir e descontar, conheceu finalmente o almejado benefício. A viuvez, aos sessenta anos, tinha-se igualmente sucedido!
A liberdade, com ausência do parceiro e  maioridade dos filhos, pode “tomar as asas da existência”. Esta, dono do próprio nariz, pode organizar finalmente seus louros dias!
A organização, na melhor ou terceira idade, relacionou-se a degustar boas comidas, estender as horas de sono, passear a quaisquer horários, viajar noutras paragens... Ela pode planejar e ser independente!
A fulana, em semanas e meses, ganhou fisionomia revitalizada e sadia. Anos somaram-se ao conjunto das expectativas de vida! Os sorrisos retornaram aos lábios!
A independência econômico-financeira mostra-se razão de felicidade. Umas realidades, para uns, mostram-se bastante fáceis; para outros, no entanto, ostentam-se deveres difíceis. O indivíduo, com folgas e tempo, adquire maiores ânimos e desejos de vida.
                                                                    
Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.tremdavale.org