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sábado, 1 de agosto de 2015

A sutil aberração



O religioso, na ação dos funerais, caía na bucólica e sutil aberração. A pregação, na coroação do cerimonial, anunciava retorno às origens. A confissão, conhecida pelos cristãos, caía: “terra a terra, pó ao pó, cinzas as cinzas”. A natureza, na energia, requeria a organizada seiva da vida. As três consecutivas pás, no chão arenoso, bruto e lavado, viam-se jogadas nos ataúdes. O material, no areião impróprio, era extraído no leito dos rios. O artigo, na mescla ao cimento, brotaria no concreto. O detalhe, nos usuais solos aos plantios, incidia na contradição e grotesco. Os propícios, no cultivo dos filhos das colônias, atrelam-se dos massapês aos roxos. O místico, na simbologia, adiciona esperança e persuasão. A confiança, na ressurreição em Cristo Jesus, reforça-se no divino e sobrenatural. Os cochilos, nos ofícios, caem na fraca atuação e vocação. As estrelinhas, nas ações e palavras, descrevem ciência e energia. As pessoas, no informal, ressalvam o banal. Os humanos mostram-se movidos nas aberrações e incoerências.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://www.imagens.usp.br/