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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Esperança

     "Há muitas incertezas quanto ao futuro da Humanidade neste desabrochar do século XXI. Uma ponderação predomina por sobre o horizonte: para onde vamos? Incertezas parecem reinar por sobre este clima caótico, de “culto” ao consumo, de reinvenção de valores e de aparente endeusamento do capital internacional.
      Inspiro-me, não só para entender a História como também para nortear a minha vida, nas sábias palavras de Mahatma Gandhi: 'Quando me desespero, eu me lembro de que durante toda a história o caminho da verdade e do amor sempre venceu. Tem existido tiranos e assassinos e por um tempo eles pareciam invencíveis, mas no final sempre caíram'.
         Penso que acreditar em um grande futuro para a Humanidade, de maior solidariedade e compreensão entre os povos, é possível, mesmo que muitas vezes os fatos encaminham-se para a não efetivação deste anseio. A meu ver sempre existirá esperança enquanto uma nova criança vier ao mundo!"

Júlio César Lang
(1992 - ___ )

A ousadia do frangote

     

     A vida escreve-nos realidades inimagináveis! Um frangote, no contexto do pátio (colonial), mantinha-se muito suprimido e reservado nos desejos amorosos (pelos galos veteranos). Estes adonam-se do punhado de galinhas, quando constituíam seu harém. Ele, mais fraco comparado a concorrência, não levava maior chance de soltar os instintos (másculos). Conseguia esporadicamente alguma próxima, para intimidade, no cochilo dos mais fortes. O impróprio estendia-se por dias, quando esperava pacientemente a reversão dos fatos. 
      O criador, “na surdina”, faria sumir galos, quando os demais da espécie ignoravam o procedimento. Uns, de forma velada, pareciam torcer com razão de obterem suas chances de serem os maiorais. Uns grandões, numa noite, desapareceram do galinheiro, quando o frangote, noutro dia, imaginou-se chefe. Procurou, de imediato, constituir seu harém, quando estufava o peito e cocoricava pelo espaço. Tornou-se, em horas, corajoso e déspota, no que sentia-se feliz e realizado. 
     Esqueceu-se, no ambiente de festa e ventura, um detalhe excepcional. Poderia, antes do imaginado, sumir como outrora a concorrência. O colono, tendo dificuldades no trato, achegou-se antes do previsto, no qual “passou-lhe a faca para fritá-lo na panela”. Um governo de aparência majestosa porém muitíssimo provisório! 
     Inúmeras realidades ostentam a efemeridade: batalhou-se uma existência e antes do esperado, “escorrem como a areia seca entre os nossos dedos”. A ganância e o orgulho, antes do previsto, “a terra ceifa como cinzas"! 

 Guido Lang
 Livro “Histórias das Colônias” 
 (Literatura Colonial Teuto-brasileira)