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domingo, 30 de setembro de 2012

Mudar o mundo


"Muitas pequenas pessoas em muitos pequenos lugares podem alterar a face da Terra".

Provérbio africano

Ninguém goza um bem que é fonte de preocupações


    

     "Aquele que melhor goza da riqueza é o que menos necessita da riqueza. Quem necessita de riqueza está em ânsias por ela; ora ninguém goza um bem que é fonte de preocupações. Procura sempre acrescentar-lhe qualquer coisa, e enquanto pensa em aumentá-la, esquece-se de tirar dela partido. Confere as contas, gasta as lajes do fórum, compulsa os registros dos juros: em vez de dono dos bens, torna-se guarda-livros!"

Sêneca (04 a. C - 65 d. C)

Crédito da imagem: http://www.biografia.inf.br/seneca-filosofo.html

A riqueza e a honra


    

 "As riquezas e as honras são objeto da ambição dos homens, mas se não podem ser alcançadas por meios retos e honrados, cumpre renunciar a elas. A pobreza e as posições humildes merecem a aversão e o desprezo dos homens. Se delas não se pode sair por meios retos e honrados, é mister nelas permanecer. Se o homem abandona as virtudes humanitárias, como poderá merecer o nome que tem?"

Confúcio (551 a. C - 479 a. C)

Crédito da imagem: http://www.moonmentum.com/blog/codex/multimedia/k%C7%92ng-fuz%C7%90-kung-fu-tse-confucius-confucio/

O efeito benéfico da riqueza na sociedade


     

     "Apesar do seu egoísmo e rapacidade, embora pensem apenas nos seus próprios interesses, embora o único fim que se propõem alcançar a partir de milhares de empregados ao seu serviço seja a gratificação dos seus próprios desejos vãos e insaciáveis, os ricos partilham com os pobres o produto de todos os seus progressos. São guiados por uma mão invisível que os leva a fazer uma distribuição dos bens necessários à vida praticamente equivalente à que teria sido feita se a terra tivesse sido dividida por todos os seus habitantes em partes iguais, e assim, sem o pretenderem ou sem que o saibam, promover o interesse da sociedade, e proporcionar os meios para a multiplicação da espécie".

Adam Smith (1723-1790)

Crédito da imagem: https://wiki.uchicago.edu/display/powerpedia/Adam+Smith

Riqueza

    "Quem tem riquezas, tem parentes".

Provérbio popular

A sabedoria na riqueza


     "Haverá dúvidas de que um homem de sabedoria tem mais condições para desenvolver as suas qualidades no meio das riquezas do que na pobreza? Na pobreza, só há um gênero de virtude: não se curvar nem se abater; na riqueza, a temperança, a liberalidade, a frugalidade, a ordem e a magnificência têm um campo aberto. O sábio não se desprezará a si próprio, mesmo que seja de baixa estatura; desejará porém ser elegante. Com um corpo frágil ou com um olho a menos, ele sentir-se-á bem, mas preferirá, contudo, que o seu corpo seja robusto, apesar de saber que, em si, há algo mais forte. Ele tolerará uma saúde má, procurando ter uma saúde boa. De fato, algumas coisas, ainda que sejam pequenas em relação ao conjunto, quando são aproveitadas sem que se arruíne o bem principal, contribuem para a perpétua alegria, que nasce da virtude: as riquezas causam ao sábio a mesma impressão e o mesmo gáudio que causa o vento favorável ao navegador, ou que um belo dia causa num lugar enregelado pelo frio do inverno. Quem, entre os sábios (falo dos nossos, aqueles para os quais a virtude é um bem) nega que mesmo estas coisas, que consideramos indiferentes, têm algum valor e que algumas são até preferíveis a outras? A umas atribuímos alguma honra, a outras atribuímos muita. Não te iludas, as riquezas estão entre aquelas que são preferíveis. Deves estar a gozar comigo, dizes tu, então as riquezas não ocupam na tua casa o mesmo lugar que ocupam na minha? Queres saber como não ocupam o mesmo lugar? Para mim, se as riquezas desaparecerem  só se arrastarão a elas mesmas; se elas se afastarem de ti, tu ficarias estupefato e sentir-te-ias abandonado por ti próprio; na minha cabeça, as riquezas ocupam um lugar qualquer; na tua ocupam o lugar mais elevado; em suma, as riquezas pertencem-me, tu pertences às riquezas".

Sêneca (04 a. C - 65 d. C)

Crédito da imagem: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/?p=10900

A artimanha do chupim


 

     Um ingênuo tico-tico, com todo carinho e dedicação, confeccionou seu ninho, quando cedo advieram os ovinhos. Este, junto com o companheiro, procurou um lugar discreto, no que, com muita dificuldade, alguém pudesse localizar seu esconderijo. Procurou, durante dias, chocar os seus ovinhos, quando nem se deu o tempo para averiguar o resultado do trabalho.
     O casal, depois de dias, viu o nascimento de umas lindas criaturas, que, como pais, pareciam “as mais bonitas do mundo”. A mãe, com o seu empenho, procurava insetos e larvas, que pudessem alimentar os rebentos. Os filhotes cresceram e aí as diferenças salientaram-se.
      Um chupim, com a maior astúcia e discrição, havia-lhe colocado um ovo, que gerou um esbelto pássaro. Ele nasceu e cresceu diante do suor alheio, quando, em meio ao desconhecimento e posterior consentimento, tornara-se sócio da ninhada.
      A vida econômica assemelha-se aos chupins, quando cedo temos sócios nos empreendimentos. O tempo revela o tamanho do parasitismo, que cresce e onera os encargos. Uma carga deveras onerosa, na sociedade organizada, recaí sobre os indivíduos quando muitos são os chupins.

Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Chupim 

O compaço de espera


    Os meses passaram e nada de chuva! Colonos desesperados com a falta de água, quando aviários, chiqueiros e tambos mantiveram problemas de abastecimento. Máquinas, em diversas propriedades, “abriam açudes e iam furando a terra” na procura do precioso líquido. Os poucos reservatórios, como açudes e cacimbas, viam-se disputadas pelos seres sedentos. O eucalipto, em função da massiva folhagem, levava parte da culpa do desastre do secamento. Os prenúncios das chuvas mantinham-se presentes, porém nada de precipitações para acumular/repôr lençóis/mananciais.
    Um curioso morador, como existe curioso para tudo, preocupou-se com o comportamento dos sapos e pererecas. Pareciam completamente extintos nos pátios coloniais, no que acreditou terem migrado na direção dos poucos lugares úmidos. A tradicional cantoria, nas épocas próprias da reprodução, manteve-se abolida. Passou dia e mais dia e nada de maiores volumes da água. Achegou-se setembro e outubro, tradicionais meses da chuva no Brasil Meridional, com razão de desvendar o mistério. As precipitações, de forma serena e intensiva, advieram e revelaram a astúcia destes bichos peçonhentos. Estes, no contexto da maior descrição, saíram dos esconderijos tradicionais, quando refugiaram-se debaixo de pedras e no interior do solo. As dezenas mantinham-se presentes e “esperavam o momento próprio para darem as caras”. As condições do hábitat voltaram às próprias da espécie, quando retomaram o espaço original.
     Prevalece a lição de vida: a necessidade de esperar “mesmo numa aparente eternidade” as condições próprias, diante das adversidades! Possuímos a companhia de semelhantes mesmo na ilusão nossa da ausência! O refúgio no subsolo é a melhor condição diante do impróprio da superfície. A natureza resguarda meios para sobrevivência de quaisquer espécies, mesmo diante das maiores adversidades e hecatombes.
             
Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-Brasileira)

Abraham Lincoln


Discurso de Gettysburg

     "Há 87 anos, os nossos pais deram origem neste continente a uma nova nação, concebida na Liberdade e consagrada ao princípio de que todos os homens nascem iguais.
     Encontramo-nos atualmente empenhados numa grande guerra civil, pondo à prova se essa nação, ou qualquer outra nação assim concebida e consagrada, poderá perdurar. Eis-nos num grande campo de batalha dessa guerra. Eis-nos reunidos para dedicar uma parte desse campo ao derradeiro repouso daqueles que, aqui, deram a sua vida para que essa nação possa sobreviver. É perfeitamente conveniente e justo que o façamos.
    Mas, numa visão mais ampla, não podemos dedicar, não podemos consagrar, não podemos santificar este local. Os valentes homens, vivos e mortos, que aqui combateram já o consagraram, muito além do que nós jamais poderíamos acrescentar ou diminuir com os nossos fracos poderes.
     O mundo muito pouco atentará, e muito pouco recordará o que aqui dissermos, mas não poderá jamais esquecer o que eles aqui fizeram.
    Cumpre-nos, antes, a nós os vivos, dedicarmo-nos hoje à obra inacabada até este ponto tão insignemente adiantado pelos que aqui combateram. Antes, cumpre-nos a nós os presentes, dedicarmo-nos à importante tarefa que temos adiante – que estes mortos veneráveis nos inspirem maior devoção à causa pela qual deram a última medida transbordante de esforço – que todos nós aqui presentes solenemente admitamos que esses homens não morreram em vão. Que esta nação, com a graça de Deus, renasça na liberdade, e que o governo do povo, pelo povo e para o povo jamais desapareça da face da Terra".

19 de novembro de 1863

Abraham Lincoln (1809-1865)

Crédito da imagem: http://twilightstarsong.blogspot.com.br/2012/07/for-weekend-spielbergs-abraham-lincoln.html