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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Aspectos geográficos do Município de Teutônia/RS

Ficheiro:RioGrandedoSul Municip Teutonia.svg


“Aspectos Geográficos de Teutônia. Confrontamo-nos diariamente com a ciência geográfica; resolvemos, em decorrência, fazer um levantamento das principais características de Teutônia.
A geografia física apresenta: altitude variável entre os 250 e 650 metros; latitude aproximada entre os 29° 20’ a 29° 30’ sul e longitude entre 52° 12’ a 52° 18’ oeste. O município integra a região fisiológica da Encosta Inferior do Nordeste e a microrregião do Baixo Taquari. Os limites são: norte e oeste – Estrela; sul – Bom Retiro do Sul e Paverama; leste – Poço das Antas e Montenegro. As temperaturas varia numa média de 35° C (máxima) e 18° C (mínima), da qual resulta um clima ameno; as geadas são ocasionados nos meses de junho, julho e agosto, que podem chegar, em média, de 10 a 15 dias anuais. As chuvas anuais médias oscilam de 1500 a 2000 milímetros. O território teutoniense é banhado pelo Arroio Boa Vista, que deságua no Rio Taquari (afluente do Rio Jacuí, que integra a Bacia Litorânea, Secundária ou do Sudoeste). O relevo é marcado por áreas onduladas (morros testemunhos) a norte; estes fazem parte das encostas do Planalto Meridional, que integra o imenso Planalto Brasileiro. O relevo, na parte central e sul, é, na sua maioria plano (com alguns morros), que favorece a agricultura. Predominam as rochas vulcânicas e cristalinas, que, através de sedimentos, deram origem, junto à decomposição de animais e vegetais ao solo tipo massapê; existem, no entanto, áreas de solo arenoso e terra roxa, que aparecem em áreas restritas. A cobertura vegetal original foi a Mata Subtropical Pluvial, que apresentou-se rica em espécies como louro, cedros, guajuviras, ipês, canjeranas, açoita-cavalos, espinilhos, bambus e gramíneas. A área territorial do município é de aproximadamente 273 km². Os ventos predominantes provêm da direção nordeste.
A geografia humana salienta os fatores: a ocupação das terras por elementos germânicos (alemães) a partir de 1858; uma companhia colonizadora particular ocupou-se da colonização de terras devolutas. Afluíram imigrantes das diversas regiões da Alemanha, porém, predominaram os imigrantes do “Hunsrücker” e da Westfália, assim como vieram inúmeros teuto-brasileiros das velhas colônias (São Leopoldo e arredores)...
O município possui vinte e duas localidades.
A geografia teutoniense permite-nos um quadro otimista, quando comparado com a realidade nacional. Os teutonienses possuem boas perspectivas de vida, quando comparado ao quadro nacional e, num momento histórico, difícil. A migração de mão-de-obra desqualificada, no entanto, tem sido fator primordial para elevar os índices de analfabetismo, aumento da criminalidade e multiplicação das construções precárias”.

(Passagem extraída do livro “Colônia Teutônia: História e Crônica (1898-1908)” de Guido Lang – páginas 58 e 59)



Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teut%C3%B4nia

A Maçonaria



       (Trecho extraído do livro “Colônia Teutônia: História e Crônica (1898-1908)” de Guido Lang - páginas 30 e 31).

A sociedade filantrópica secreta tornou-se, como em qualquer lugar de instalação da Loja, assunto de curiosidade geral. Os moradores teutonienses não fugiram à regra e criaram inúmeros comentários sobre o tema, que, através da tradição oral, continua despertando atenções.
Teutônia, de 1899 a 1922, abrigou a Loja Maçônica “Luz de Teutônia” que edificou sede em Glück-auf (Canabarro). A loja esteve filiada à Grande Loja Maçônica do Oriente do Brasil do Brasil, que seguiu a linha francesa do movimento. Os registros de atas e contribuições, assim como as reuniões, foram realizados em língua alemã, que era o idioma corrente na colônia. Os encontros poderiam ser semanais mensais, aos quais afluíam as lideranças das diversas picadas (localidades) interioranas. Os membros eram convidados a integrar a ordem (depois de ter manifestado interesse e terem pesquisada a transparência de sua conduta). A loja procurou arregimentar, pela relação de nomes, os indivíduos rurais que eram lideranças comunitárias na cultura, economia, política e sociedade. A famílias com maior número de membros engajados eram as dos clãs dos Lautert, Schäefer, Schneider, Schüller e Schwingel. Os membros maçons de maior graduação, dentro da escala de 1 a 33, foram Phillipp Geib (18), Heinrich Schüller (18), Wilhelm Musskoph (18), Peter Schmitt (30), Heinrich Hatje (14), Henrique Hepp (18), Jacob Hepp (18), Henrique Lautert Filho (14) e Gustavo Robinson (30).
A reunião de abertura ocorreu em 12 de setembro de 1899, quando fizeram-se presentes os membros Peter Schmitt, Eberhard Horst, Petro Schüller, Henrique Faller, Henrique Hepp e Henrique Lautert Filho. Outros membros foram: Wilhelm Hörlle, Mathias Dinstmann, Erns Windmöller, Carlos e Wilhelm Schneider, Heinrich Feine, Francisco Schäffer, Jacob Kettermann, Adolph Lautert, Oscar Hauenstein, Leopold Dahmer, Eberhard Horst, Ernst Brust, Ferdinand Markmann, Jacob Fristscher, João Bornholdt, Friedrich e Karl Eggers, Jacob Pedro Kilpp, Hermann Neuhaus, Friedrich Wilhelm Lang, Reinhold Antoni, Adolph Zimmermann, Wilhelm Sommer, Alexander Fensterseifer, Georg Krützmann, Henrique Beckmann, August Geisel (pai de Ernesto Geisel – ex-presidente da República), Jorge Arnt, Georg Wallauer e outros.
Os maçons ou pedreiros-livres certamente exerceram acentuada influência nas diversas comunidades, porque seus membros eram a “elite pensante das colônias”; exerciam, geralmente, as profissões de prósperos colonos, comerciantes e professores, assim como eram membros ativos das diversas diretorias das sociedades recreativo-culturais. Estes, provavelmente, difundiram os princípios, largamente presentes nas opiniões de inúmeros moradores, da abstenção de quaisquer fanatismos, da vida piedosa e virtuosa serem suficientes para cumprir os desígnios divinos, de Deus revelado pela natureza e presente em tudo, da igreja como instituição de comercialização da fé e outros.

Crédito da imagem: http://naosejaumalienado.blogspot.com.br/