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sexta-feira, 28 de junho de 2013

A passagem do lixeiro



O migrante, das áreas de plantação de soja e trigo, sai na direção do vale dos rios. Uma mudança completa no estilo de vida verifica-se!
Os locais de colonização original, com uma grande produção coureiro-calçadista, necessitaram de mão de obra barata e massiva. O cidadão, do trabalho braçal rural, ocupou-se numa linha de produção.
Ele, numa cidadezinha típica (de forte influência germânica), instalou-se numa principiante periferia urbana. Um conhecido falou-lhe da abundância de emprego e trabalho! 
Uma dificuldade tremenda consistiu em achar alguma casinha de aluguel. A solução, com outros forasteiros, consistiu em alugar e dividir peças numa improvisada pensão.
O trabalhador, nas primeiras semanas e meses, penou para adaptar-se a dura e diversa realidade. Ele, numa dessas, procurou inteirar-se dos dias da passagem do caminhão de lixo.
O assalariado, numa casualidade, interroga um nativo e singelo ancião. Este, com forte sotaque europeu, possui dificuldades de compreender o indagado.
A pergunta, em síntese, consistiu: “- Oh senhor! Passa algum lixeiro por estas bandas?” O ouvinte, conforme o sotaque do dialeto do Hunsrück, entende outra versão!
Este, na sua franqueza e modéstia colonial, responde: “- Ligeiro não! A polícia apreende!” Criara-se outra pérola do choque de culturas (entre o migrante e nativo; latino e a germânico).
Os elementos teuto-brasileiros, educados na língua materna do dialeto local, sofreram em assimilar e racionalizar em português. As histórias e gozações são inúmeras neste sentido!
Ostenta-se sábio falar e entender duas línguas do que um único e exclusivo idioma! O fato permite um comparativo entre os modos de agir e pensar entre as culturas!
As cidadezinhas, de origem europeia, primam costumeiramente pela acentuada falta de mão de obra. Os migrantes, na proporção da achegada, trouxeram acentuadas mudanças nos hábitos e costumes regionais. O ciclo do calçado, com o dinheiro em dólares, redimensionou o espaços das antigas colônias.

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://nossojornalsc.blogspot.com.br

O resultado como propósito maior



Pai e filho, numas oportunidades, foram apreciar as corridas de cavalo. Estas, de 1910 a 1960, ostentavam-se comuns na área da antiga Colônia Particular Teutônia.
Coloniais, no interior de alguns potreiros, improvisaram hipódromos. Os moradores, nos eventos pré-determinados numas domingueiras datas, afluíam em massivos números.
Vultuosas apostas, às condições monetárias dos produtores rurais, sucediam-se no ínterim das competições. As torcidas, na “proporção de doer no bolso”, viam-se acirradas e gritadas!
O filho, vendo os esforços das corridas, torcia por determinados animais. Ele, no geral, mantinha a preferência pelos mais adiantados nas largadas!
Estes, como decepção, nem sempre venciam. Alguns, como retardatários, surpreendiam no resultado. Os donos de animais, como estratégia de competição, definiam nos metros finais as corridas!
O genitor, com o exemplo da competição, explicou uma lição existencial. A carreira profissional assemelha-se a algum turfe. O cidadão pode correr atrás e não necessariamente sempre na dianteira!
O importante, no final da história, relacionava-se a chegada. O cidadão precisa vencer no resultado. O início e meio, como primeiro na posição, pouca diferença faz no âmbito da acirrada competição.
A esperteza e paciência, no andar da carruagem, mostram-se essenciais para alcançar os louros da vitória! Os resultados, no final das contas, definem os propósitos maiores!
As impressões iniciais nem sempre demonstram a realidade dos fatos. Um singelo exemplo abrevia um conjunto de explicações. Os louros, em meio ao exercício da paciência, advêm costumeiramente com a eficiência e persistência!
                                                                             
Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://fundacaoruraldecampos.com.br