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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A obrigatória folga


  O filho das colônias, no ímpar apego e valor ao trabalho, obrigou-se a definida aposentadoria. A velhice, nos exatos anos, obrigou aos alívios e férias. O cidadão, nos últimos anos, dedica tempo ao convívio e distração. A vida incide na exclusiva passagem.
  O indivíduo, na tenra idade, enveredou na faina. As penúrias, nos escassos recursos (caseiros), induziram a produção. A lida, no exercício dos dias, começou dos oito aos setenta anos. Os estudos, na escola primária, incidiam nas parcas noções e ocasiões.
    A realidade, por meio do trabalho, mostrou árdua sina. O enriquecimento, na condição de assalariado e independente, mostrou-se impraticável. A receita, no banal, garantiu a sobrevivência. O principal, na morada e terreno, ocorreu na aquisição e reserva.
    A assistência, no auxílio aos filhos e direção aos netos, marcou passagem. O estudo, na formação, mostrou-se melhoria familiar. A conjuntura, no andamento, induziu no “agora chega de trabalho”. A manha, na convivência, incide nas tardes no habitual jogo de cartas.
   O sujeito, nalgum dia, obriga-se a parada dos afazeres. A demasiada faina, na deficiência da imaginação, inviabiliza o juízo da capitalização. Os afortunados, no fruto das aplicações, costumam angariar dividendos e guardas. A maior fortuna jaz na alegria e saúde.
   O trabalho, no universal, ostenta-se a melhor distração e satisfação. Uns labutam na demasia, enquanto outros no déficit.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.stahlsblog.com/