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domingo, 12 de outubro de 2014

A desvairada mentira


O milharal, nas verdes espigas, caía no chamamento da aventura. O apetite convidava a invasão e peripécia. A fauna silvestre, no ardor da sobrevivência, forçava-se a sucessiva ação!
O estômago, no ranger da fome, condena ao risco. Os papagaios, na calada da manhã, enveredaram na plantação. As espigas, no imaturo e pontas, saíram abertas e machucadas!
Raros grãos, nas muitas danificadas unidades, acabaram atingidos e comprometidos. As sucessivas incursões, na frequência dos ataques e visitas, originaram significativos estragos!
A destruição, em semanas, acarretou prevenções e reclamos. O agricultor, no inquérito dos causadores, auferiu a autoria. Os ouriços e periquitos receberam a injusta culpa!
Os indesejados, na base das caçadas, espantalhos e tiros, acabaram enxotados e perseguidos. Os papagaios, nos rasantes vôos, instigaram ação e riram-se da situação!
A artimanha, na autoria, consistiu em safar-se das acusações e perigos. A indevida denúncia, no alheio desconhecimento e inocência, consistiu em denigrir os periquitos!
O idêntico, nas eleições, aplica-se a políticos e servidores. Os malandros fazem as lambazas e maracutaias. A autoria recai nos modestos. Dignos acabam injuriados e maculados!
O alvo, no artifício, consiste em esconder e suprimir a oportuna indecência. Os ingênuos, na inocência e negócio, escutam e oferecem crédito. A justiça está acima da infâmia!
A iniquidade, na alegria e satisfação, verifica-se no princípio dos censuráveis e trapaceiros. O discernimento, na exatidão da divina justiça, extrapola espaço e tempo!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Periquito-verde