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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O farto prato


O cara, na qualidade de filho das colônias, cunhou-se na dificuldade e faina. A autossuficiência, no domínio rural, regia aos parcos recursos. O dinheiro, na receita, fluía na deficiência. A distância, na falta de condução, acontecia na aguçada caminhada.
As precisões básicas, na base do aipim, feijão e ovo, incidiam no sustento. O estudo, na aguçada curiosidade, conduziu a formação. A informação calhava na alegria e distração. A abastança, na adiantada idade, perpassou na doação e reserva.
O sujeito, na farta alimentação, direcionava a concentração. O agradecimento caía na obrigação. O Todo Poderoso, na oração, incidia no apontamento e veneração. A afeição divina, no silêncio da alocução, sobrevinha no adereço do repleto prato. O Criador benzera o ente.
O desperdício decorria na habitual deficiência. As sobras entendia-se na afronta aos famintos e necessitados. A sorte, na economia e razão, parecia aguçar a riqueza. As bênçãos multiplicaram-se no diário dos afazeres. As hábeis mãos e a mente devem trabalhar unidas.
O consumo, no exato e necessário, sobrevém no bem-estar e fortuna. “Deus abençoa a quem se afeiçoa”.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.reflexoesevangelicas.com.br/

O inadequado exercício


Os colonos, na difusão dos tratores, revolucionaram a lavoura. O trabalho, animal e braçal, caiu no desamparo. As técnicas agrícolas auferiram reformulações. A agricultura adiantada acresceu ceifas e amainou afazeres. Domínios criaram ares de empreendimentos.
A minúcia, na corrosão dos solos, alista-se ao inadequado exercício. Os agricultores, nos pequeninos campos, apelaram ao plantio de aclives e baixadas. Os regos, no molde do milho de silagem, advém na direção cerro abaixo e acima. A erosão agradece a ação.
O utilitário, nas arestas, sobrevém na perda de área (da máquina de silagem). O corte, no manual, decorre no acréscimo de dispêndio e tempo. O custo calha na hora ralada. A água, na chuva, toma direção dos regos. Os solos, no plantio direto, são arrastados e asseados.
Os arroios, nos cursos, assistem-se aterrados. Avermelhadas águas, na corrente, sobrevém no escoamento. A ocorrência, na deficiência de reservatórios (no leito), acarreta extinção e migração de cardumes. As espécies, no aterrado, submergem nos percursos.
A água, na reserva, mostra-se diminuída. A infiltração, na deficiência, acelera estiagens e problemas de provimento. A ingerência, na ação humana, alterou habitat original. Espécies incidem na extinção. Modestos custos, no abjeto uso, alteram ecossistemas de lambuja.
Os cursos, encravados nas paragens, revelam-se anedota (ao remoto ardor e limpidez). Os filetes, no presente, descrevem aturado proveito. Animais e vegetais, no decurso, absorvem amplos volumes. A riqueza água, conquanto dilema, sinaliza descaso e desleixo.
Os desastres, no singular ignorado, traduzem-se em aguçadas mudanças e perdas. Água e chão, junto à insolação, elucidam o prodígio da exuberância dos biomas.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.focadoemvoce.com/