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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O proposital esquecimento


O bodegueiro, na alojada linha, caía na afeição e apreço. Os fregueses, no baralho e festa, reuniam-se no recinto. Os entrosamentos e informações transcorriam na venda. O consumo, nos bebes e comes, ocorria na ocasião. Os abusados, no vivo gasto e pedido, “estufavam peito”. As conversas, na aventura e benefício, aconteciam nas lorotas e prosas. Os solicitados, na intermitência, ocorriam nas despesas. O detalhe, no fiado, advinha nas anotações. Os supérfluos, na pendura, brotavam fáceis e intensos. O difícil, no proposital esquecimento, caía nos acertos e coberturas. Os débitos, no capital e lucro, completaram dispersos e suprimidos. Os clientes, na cobrança, advieram no estranhamento. Os cobrados, na sanha e sumiço, caíram no modo. Uns, na falta do crédito, tornaram-se assíduos clientes na concorrência. As discordâncias, na má alusão, caíram nas afinidades. O sujeito, no começo, institui benefício e perpassa, no fim, na laia de perverso. O dinheiro, no empréstimo, afugenta amigos e cunha inimigos.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://www.faems.com.br/