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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O curioso curral

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O caboclo, no encravado dos acentuados aclives (encostas), advinha na dificuldade financeira. O dinheiro, na obtenção do arame farpado, acudia na distância e impossibilidade. Os recursos, no obtido do trabalho braçal (corte de erva mate), ruíam na insuficiência ao sustento (familiar). A saída, em parcos animais, foi improvisar modesto potreiro. O pastoreio, no alívio do trato, via-se precisão nos peraus. O cercado, na facilidade da multiplicação vegetal, relacionou-se no plátano. A espécie, no exótico (adaptado ao frio), adorava aquele espaço. As mudas/galhos, em parcos centímetros (no espaçamento), foram fincadas na sequência. O crescimento, no paulatino, criou aspecto de trincheira. Algum módico arame, no suplemento, completou curral. A madeira, no corte, acorria em riqueza. O conjunto artificial, no feitio de quadrado, salientava-se na distância (na visão panorâmica do encravado do mato nativo e salientes morros). A adversidade, na criatividade, revoluciona ambientes e tarefas.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: http://produto.mercadolivre.com.br/

O malfadado pano

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O colonial, nas dificuldades de toda ordem, “comeu pão que o diabo amassou”. O trabalho massivo, na tenra idade, advinha em obsessão familiar. O estudo, em bancos escolares, consistiu em parcos anos. A paixão, na mecânica, tomou ares de curso e ofício. A migração, no campo-cidade, forçou viver nas carências e economias. O aluguel e subsistência, no baixo ganho, absorveu fatia (maior) do salário. O acúmulo, no suplemento de horas (extras e “bicos”), reforçou rendas e sobras. A casa e terreno, em década, viram-se adquiridas e erguidas. O matrimônio, na bênção, sucedeu na única filha. A realização pessoal, no orgulho, acorria na alegria e apreço. O tempo, na família, delineou deprimida sina. A filha e genro, na aparição do neto, adonaram-se do espaço (na concordância da mulher). O fulano, no próprio recinto, acudiu em “estorvo e resto”. A conduta, em síntese, descreve analogia no “pano-de-chão”. O laborioso, no atarefado da produção, esquece-se de impor autoridade e vontade.

Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: http://radio93.com.br/