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domingo, 2 de novembro de 2014

A derradeira inquietação


As pessoas, no contexto do asfalto, barulho e concreto, andam ansiosas e transtornadas. A questão financeira, na ânsia dos consumos e necessidades, incute exageros e neuroses. A selva de pedra, na artificial existência, alterna ânimos e apegos.
A ardente concorrência, na luta pela sobrevivência, conduz as últimas decorrências. Os semelhantes, nos forasteiros, incorrem na conta do estorvo e indiferença. O princípio, no “cuidado do próprio nariz”, advém na apreensão. A alheia vida cai no banal e rejeite.
O sujeito, no espaço das multidões, precisa “encher-se de paciência e prudência”. O equívoco, no exemplo, sucede-se “em pisar no alheio pé”. As desculpas, no imediato, precisam acontecer. O impensado, na extrema inquietação, pode cair na violência e xingação.
A tendência, na explosão humana, consiste na ampliação dos conflitos e intrigas. Os acertos de contas, na espécie de seleção natural, inspiram ameaças e receios. Sábios, nas proscrições e psicoses, são aqueles que conseguem ficar velhos e permanecer serenos.
As pessoas, no fervor do sangue, carecem de refletir nas consequências e punições. As cedências, nos acertos e desacertos, consentem caráter e sobrevida.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://desabafodeumcidadao.blogspot.com.br/