Translate

quinta-feira, 21 de março de 2013

A deficiência


Um senhor, com deficiência física (paralítico), tornou-se importante referência comunitária. Este, na proporção dos ditos normais passearem nos finais de semana, ocupava-se em criar ideias e instruir-se nas leituras. Ele, em décadas, tornou-se excepcional liderança regional. As dificuldades foram canalizadas na direção do aprimorar e inovar o espírito.
O cidadão, em poucos anos, tomou o caminho da política. A preocupação restringia-se as querelas municipais (nada de maior ascensão nas esferas do Estado e União). Ele, nestas décadas de atuação, conseguiu os cargos de vereador e prefeito. Este, nas derrotas e vitórias, pode conquistar muitos adversários e partidários. O sabor, da empolgação e rejeição, fazia parte das querelas partidárias.
Um determinado morador, numa “dessas espécies raras da inadequada formação cultural”, externou sua pérola. O indivíduo, nas conversas informais, dizia: “- Quê o fulano quer como político? Um inválido desses deveria viver no aconchego da casa! Nada de correr pelas estradas e pernoitar tarde nas noites em reuniões políticas!” Ele era um desses ferrenhos adversários e opositores. Uma referência ao nome do fulano, na sua presença, era uma espécie de implicância e ofensa pessoal.
O político, no calor duma campanha, ouviu falar dos comentários impróprios do sicrano. Ele, num encontro ocasional das partes adversas, ouviu da própria boca do morador a indigesta alusão. O senhor, de forma educada, escutou a conversa. Este, na sua esperteza e malícia, rebateu: “- O cidadão encontra-se mais abençoado com uma deficiência física do que ser um dito normal tendo uma mente do tamanho dum grão de milho”. O ouvinte caiu na real da sua burrice e o “chapéu bem lhe serviu”. Adeus alusão posterior à deficiência alheia!
Alguns empecilhos servem como trampolim as realizações maiores. A força de vontade de uns é digna das maiores conquistas e realizações. “Certos momentos é bem mais sábio silenciar do que falar”. “Quem fala o que quer, ouve o que não quer”.

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano da Existência”

Crédito da imagem:http://produto.mercadolivre.com.br 

Os viajantes e o plátano

figura

Dois viajantes, exaustos, depois caminharem sob o escaldante sol do meio dia, decidiram descansar à sombra de uma frondosa árvore.
Após deitarem-se debaixo daquela refrescante e oportuna sombra, um dos viajantes, ao reconhecer que tipo de árvore era aquela, disse para o outro:
"- Como é inútil esse Plátano! Não produz nenhum fruto, e apenas serve para sujar o chão com suas folhas."
"- Criaturas ingratas!" Disse uma voz vinda da árvore. "Vocês estão aqui sob minha refrescante e acolhedora sombra, e ainda dizem que sou inútil e improdutiva?"

Moral da História:
Alguns homens menosprezam os melhores benefícios que recebem apenas porque nada tiveram que pagar por estes.

                  Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)

                                  Crédito da imagem: http://sitededicas.ne10.uol.com.br