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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

FELIZ 2020!

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O vigilante plantador

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Guido Lang

O agricultor, em atento observador da mãe natureza, antecipou-se aos habituais “desígnios de São Pedro”. O santo, nos ares da primavera, costuma “abrir as torneiras e, no posterior, costuma esquecê-las de fechar”. Os desabrigados, com as enchentes, disseminam-se nas cidades. As lavouras, em propícia época de cultivo, mostram-se encharcadas nos terrenos. O plantio, na abóbora, aipim, feijão, milho, acorrem inviável ao cultivo. O astuto, inspirando-se na orientação dos antigos, planta nos primórdios de setembro. O anterior, na chuvarada, visa ganhar tempo. O risco, na falta do devido aquecimento do solo, consiste em perder parte das sementes e trabalho. Os cultivos, no avanço dos mormaços, costumam trazer dividendos. Os prenúncios, em sinais de chuva, eram avaliados criteriosamente e daí o cultivo ser efetuado anteriormente as precipitações. Os morosos, na demora da execução, sobrevinham na lamúria da impossibilidade dos plantios. O tempo próprio, em quaisquer circunstâncias, requer mãos na obra (em alocar as sementes no solo).

Livro: Ciência dos Antigos

Crédito da imagem: http://www.outralentejo.org/galeria/portalegre_terra-lavrada/

O testemunho de época

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Guido Lang

Os pioneiros, em “inço importado da Europa”, descansam nas cinzas dos cemitérios. Eles, nos primórdios das instalações das propriedades, labutaram no manejo das pedras. Os cercados, em potreiros, ganharam centelhas das fortalezas. O trabalho, no judiado e paciencioso, consistiu em quebrar unidades de pedras grês. As peças, arrastadas ou carregadas no “muque” (na força física), foram divisadas no espaço. Os cercados, em forma de curais, abrigavam “bicharedo” das propriedades. Os animais, em aves, bovinos e suínos, circulavam soltos pelos cercados. O curioso, ao estudioso, liga-se ao estudo dos encaixes. As pedras, em graúdas ou miúdas, ganharam empilhamento detalhado. A altura, em média de um metro e vinte centímetros, abrigou as sólidas no externo da base e as pequenas no interior da construção. A obra, nas cercas de pedras, parece desafiar os desígnios do tempo. O labor, no interior de inúmeras linhas, descreve os vestígios de uma civilização. O apreciador, nas entrelinhas, aprecia a ciência e espírito.

Livro: Ciências dos Antigos

Crédito da imagem: https://www.portaldasmissoes.com.br/site/view/id/1423/cerca-de-pedra-da-epoca-dos-escravos.html

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O conceito de chato

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Guido Lang

O ancião, advindo de origem humilde, assimilou a arte de multiplicar riquezas. Ele, na dor, aprendeu a necessidade de extrair o máximo dos bens. Os artigos, em instalações, máquinas e trabalhadores, deveriam ser “espremidos” para cobrir custos e gerar lucros. A nobre gerência, em décadas de economias e reaplicações, criou um punhado de empresas e prédios. O fulano, em adiantado ancião, perpassava as linhas de produção. A função, na efetiva fiscalização, assistia em detectar desperdícios e instruir empregados. Exemplos banais: desperdício de água, luzes acessas desnecessárias, materiais subaproveitados na lixeira, etc., sinalizavam imprudências nas tarefas... O dono, no conceito funcional dos subalternos, sobrevinha em um tremendo chato e inconveniente. Este, no sutil, sucedia invejado pela bonança, ciência e rigor. A pessoa em qualquer idade e situação, pode ser instrutiva e útil. 

Livro: Ciência dos Antigos

Crédito da imagem: https://osegredo.com.br/

O rabo nos afazeres

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Guido Lang

A especial amiga, em carreira profissional (efetuada no serviço público), avisou ao filho das colônias. O conselho, em pessoa de extrema confiança, sobrevinha no mais sincero agradecimento e reconhecimento da amizade. Esta, no bom censo, disse: “- Procure nunca deixar ‘rabo nos teus afazeres’, com razão dos semelhantes, em alguma situação, pisar em cima”. As tarefas, na maior organização e transparência, precisam ser executadas na dimensão do capricho, eficiência e organização. As questões, em exemplos, ligam-se na disposição em servir aos contribuintes, honestidade na gerência das coisas públicas, pontualidade dos horários de entrada e saída... O procedimento, em funcionário correto e justo, cria estabilidade e fama em serviçal técnico. Os bens alheios, na função de todos, precisam da melhor organização e resguardo (do que até mesmo os bens próprios).

Livro: Ciência dos Antigos

Crédito da imagem: http://www.pinaarquitetura.com.br/

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

DISCURSO DE ABERTURA DA 8° FEIRA DO LIVRO DE TEUTÔNIA/RS

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(Do Primeiro Patrono GUIDO LANG)

“Aos amigos, conhecidos e conterrâneos teutonienses meus abraços e cumprimentos! Uma boa noite a todos os presentes! Esterno saudações pela menção do nome como primeiro patrono da Feira do Livro de Teutônia/RS. Agradeço deveras a administração municipal e aos organizadores do evento pela consideração e satisfação. Estendo os agradecimentos e reconhecimentos aos meus pais (Lothário Lang e Annilda Strate), em função da formação familiar educacional. Ao Todo Poderoso pela missão e vocação em tentar escrever a engenhosidade do gênero humano em letras e palavras. O intento, no registro das ocorrências e vivências, visa em produzir subsídios (fontes históricas) às futuras gerações e contribuir em centelhas na evolução do intelecto do Homem!”
“O escritor russo Leon Tolstói (1828-1910), em ocasião, disse: ‘O escritor, na pretensão de ser imortal, precisa escrever sobre os feitos do povo da sua aldeia’. Eu, como pacato cidadão e literato, ‘procuro estar onde o povo está’. Tento ser o porta voz daqueles humildes ‘filhos das colônias’ (pessoas nascidas e criadas nas linhas rurais). Aquela gente que na força do cabo do arado e da enxada transformou o ‘deserto verde’ das paragens subtropicais pluviais sul-americanas em espaço de celeiro de riquezas e qualidade de vida aos sucessores. Os ancestrais, nas encostas e vales dos rios Taquari, Sinos, Caí, Paranhama... inscreveram epopeia produzindo florescentes municípios. Os exemplos nobres sobrevêm em Teutônia/RS, Imigrante/RS, Westfália/RS, Colinas/RS...”
“O escritor, na arte da vocação, redige suas obras nas ‘linhas e entrelinhas’ dos textos. Ele, no sentido concreto ou figurado, procura eternizar o ‘dito e não dito’. A grande arte consiste em fazer-se entender de forma clara e precisa junto aos leitores. O cronista, nos muitos apontamentos e registros, inscreve-se no elo do presente, quando na corrente une os elos do passado e do futuro. O objetivo assiste no registro das ocorrências e vivências da época e geração”.
“A Humanidade, no desenrolar da História, revelou grandiosas descobertas. A escrita inscreve-se nas magníficas conquistas do gênero humano. Ela, na apreciação dos caráteres, permite falar com os semelhantes pelas diversidades de ambientes e gerações. O entendimento, em concepções de época, instrui em aprendizagens. As pessoas, no bem ou no mal, extraem exemplos dos sucedidos. A mesma dispensa a necessidade do constante querer redescobrir a utilidade do ‘fogo ou da roda’. As mazelas, como lições, servem de exemplos aos indivíduos, evitando que caíam nos idênticos erros”.
“Os livros, na era digital e online, mantêm sua importância primordial. Estes, no aprofundar dos assuntos e enfoques, armazenam as ciências e realizações de estudos aprofundados e melindrosos. O ente, na vida cotidiana, mantém especial amigo ou próximo. O idêntico, na existência, serve de modelo ao excepcional livro”.
“As feiras do livro, na nobre missão, ostentam oportunidade de conhecer e escolher ‘especial parceiro de cabeceira de cama’. Uma obra revela seu valor na dimensão de ser interessante e útil: ensinar conteúdos significativos aos entusiastas da literatura”.
“Algumas pessoas enaltecem a harmonia dos sons, a docência das crianças e jovens, a saúde dos sujeitos, a habilidade dos físicos... Outros exaltam a beleza e sabedoria humana. Todos degladiam-se para ganhar o sustento. Eu, como modesto escriba, primo pela paixão dos textos. Um escritor, na missão terrena, tenta rascunhar as peripécias dos semelhantes (nas muitas ações e interpretações). Obrigado Deus por esta incumbência e vocação! Meu muito obrigado pela singularidade e prazer deste momento!”

 (Em 24/10/2019)

Crédito da imagem: https://www.jornalahora.com.br/conteudos/abre-aspas/

Biografia de Guido Lang

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Guido Lang é escritor, historiador e professor. Nasceu em 18 de junho de 1958, em Estrela/RS (atual município de Teutônia/RS), filho de Lothário e Annilda Strate Lang. Formou-se em Técnicas Agrícolas no Colégio Teutônia em 1978, Estudos Sociais e História pela Unisinos em 1985 e 1986, e Pós-Graduação em Metodologia do Ensino pela Feevale em 1991. Atuou como educador no magistério municipal de Campo Bom/RS e Novo Hamburgo/RS (de 1988 até 2011). O autor dedica-se às atividades literárias desde 1981, a partir de quando escreveu vasta correspondência, diários, aproximadamente mil artigos e diversas obras. Lang possui textos publicados na Folha de Teutônia, Folha Popular, Informativo de Teutônia, Jornal Evangélico, Anuário Evangélico, Jornal NH, Jornal O Fato, Jornal Eco do Tirol, Revista Vitrini, Revista Pauta e Revista Rua Grande. Os livros publicados pelo escritor foram: “Jacob Lang – A História de um Imigrante e Pioneiro” (1992), “Colônia Teutônia: História e Crônica” (1995), “Campo Bom: História e Crônica” (1996), “Reminiscências da Memória Comunitária de Campo Bom” (1997), “Histórias do Cotidiano Campobonense” (1998), “Reminiscências da Memória Colonial – Teutônia/RS” (1999), “Destinos Inseparáveis” (1999), “Contos do Cotidiano Colonial” (2000), “Cinquenta Anos da Calçados Fillis” (2000), “As Sombras do Passado” (2005), “As Memórias e Histórias de Elton Klepker: Criador do Município de Teutônia” (2008) e “Os Colonizadores da Colônia Teutônia” (2015). Atualmente Lang exerce a função de historiador no Arquivo Público Municipal de Novo Hamburgo/RS.

Crédito da imagem: https://www.jornalahora.com.br/conteudos/abre-aspas/

O testemunho das pedras

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Guido Lang

O empreendedor, em empresa de calçamento, executou sensata obra. Ele, no acesso ao pátio do morador, alocou centenas de metros de paralelepípedo. A obra, em acomodar e trazer peças, absorveu enorme custo e esforço. Os caminhões, carregados de basaltos, esparramavam as unidades. O melindroso, em milhares de peças, foi organizar as unidades em fins úteis. O elevado capital, em material inerte, viu-se dispendido. O benefício, em espaço pavimentado, estendeu-se de forma constante e em indefinido tempo. O construtor, em poucos anos posteriores a empleitada, faleceu. O cadáver, em “boa e útil gente”, acabou no pó da terra. O testemunho, em assentadas pedras, mantinha-se firme. O capricho e funcionalidade, em tarefa bem executada, acodia na apreciação do fruto do trabalho. As reminiscências, no vulto do edificador, integravam os relatos orais familiares. A pessoa, no intento de ser imortal, convém em escrever textos ou talhar pedras. Os espertos, no delineado das obras, transcrevem o grau de capricho e intelecto. Os ousados, nas ações invulgares, escrevem lendas nas suas referências.

Livro: Ciências dos Antigos

Crédito da imagem: https://perguntas.habitissimo.com.br/

A saliente altura

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Guido Lang

Os vizinhos, no meio urbano, mostram-se indigestos e interesseiros. Estes, em “ares de primitivos”, prestam-se ao convívio e hábitos esdrúxulos. A gritaria, na banal bebedeira e promoções de festanças, sobrevém em rotineira. A vizinhança, em lados e fundos, murou a morada (no intento do distanciamento). Os cercados, em dois metros e meio de altura, instituíram “ares de fortaleza”. O propósito, no provável, consiste em vê-los “distantes das vistas”. O contato, no mínimo, acontece em pedir vantagens. O hábito, no possível, sobrevém em querer levar proveito das proximidades. As pessoas, em exageradas nos procedimentos, assumem conduta de ridículos. Os excessos, em grades e muros, externam “fraquejos na civilidade”. Alguns, em “inconvenientes personagens”, advém na melhor atitude manter distância. Os humanos, em amontoado nos espaços, primam pelo anseio da discrição e isolamento.


Livro: Vivências Urbanas

Crédito da imagem: http://www.murosorbitelli.com.br/

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

A Luz Própria

Guido Lang

A sensata clã, no conjunto social rural, era admirada e odiada. A estirpe, na ampla descendência, destacava-se nos valores do intelecto. A escrita e música, na paixão familiar, sobrevinham no primoroso aprimoramento das habilidades. O princípio, na formação doméstica e educacional, atendia em circular de forma bem esclarecida. Os instruídos, na viçosa idade, consistiam em ostentar “luz própria”. O fato, nas ocorrências e vivências, significava evidenciar opinião própria (nada daquela maneira de viver “Maria vai com as outras”). A preocupação, no seio familiar, assistia-se em conversar e “trocar” conhecimentos e vivências (compartilhando aprendizagens e princípios). Os melhores argumentos, no âmbito dos imbróglios, definiam as direções (no bom senso das condutas sociais). Os comentos, em boatos e ocorrências, instituíam-se em aprendizagens singulares (na razão de carecer de cometer assemelhados ou idênticos erros). Alguns ainda, na era digital ou online, cultivam a praxe da autossuficiência e liberdade pessoal. O diligente costuma ser o gestor das próprias condutas.

* Crédito da imagem: https://www.portaldorusso.com.br/

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Os ares de abençoado

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Guido Lang

A vizinhança, no contexto da localidade, sobrevinha na avaliação da sensata propriedade. O agricultor no instalado do lote assistia-se com ares de agraciado. As mãos profícuas, em canalizadas ao trabalho, pareciam produzir prodígios. Os bisbilhoteiros e curiosos, em tamanha sorte, queriam extrair ciências e vantagens. Ele, no discreto nas tarefas, executava inovações e segredos. Os estercos, nas aves, bovinos e suínos, acorriam aplicados nas plantações. A fertilidade, no abundante solo, fazia crescer os frutos (no adoidado). O indigesto, na fermentação das fezes, sobrevinha em aparência de dádiva divina. Os crescidos, no período da abundante chuva, ganhavam aditivo de adubo, calcário e ureia. Os sortudos, no banal exercitam ações na direção de serem os agraciados. Nos negócios, cabe ao indivíduo aplicar as ciências e manter em segredo os trâmites.

Livro: A Ciência dos Antigos

Crédito da imagem: https://www.renovada12.com.br

O proveito da ocasião

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Guido Lang

O filho das colônias, na folga de domingo (de manhã), aproveitou ocasião. As tarefas, no acumulado do conjunto da casa e pátio, ganharam execução. O intento, em dias da semana, acontece, em subtrair atropelos e encargos. O trabalho profissional, no “ganha pão”, assume mais concentração (nas energias corporais e reflexões mentais). O realizado, no conjunto da propriedade, consiste em colher frutas, cortar lenhas, organizar ambientes, reparar instalações, varrer pátio... A obra, no amiúde, sobrevém em acentuado ganho de tempo. A igreja, em cultos (missas), sucede na frequência ocasional. O convívio familiar, na folga, acontece no ínterim das atividades. As saídas, em eventos, passeios ou viagens, acontecem costumeiramente nas tardes. O trabalhador, na efetiva vocação, vislumbra afazeres em quaisquer ambientes e horas. O capricho e organização, no artificialismo das paisagens, absorvem labor e tempo.

Livro: A Ciência dos Antigos

Crédito da imagem: https://www.tuacasa.com.br

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

A realização do sonho

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Guido Lang

A mulher no criado das colônias advinha no pacato sonho. O diminuto terreno, em cidadã rural urbana, devia abrigar especial árvore. O lugar, no gramado e horta, deveria ganhar somatório da jabuticabeira. A planta híbrida, em potencial de produção precoce, precisaria integrar o cenário paisagístico. A dona, na melhoria das finanças, tratou de providenciar exemplar de muda. Ela, no contexto dos viveiros, foi procurada nos “dedos”. A escolhida, no tamanho de aproximados dois metros, foi comprada e enfiada no carro (em reduzido espaço). O transplante, no interior do terreno, ganhou cova especial (em regada no adubo, esterco e terra virgem). O anseio, na antecipada hora, consiste em degustar saborosas frutinhas. O sacrifício, na execução das tarefas, verifica-se oneroso, porém os resultados são doces na apreciação. Uns, em abonados, fazem por merecer os auferidos bens.

Livro: A Ciência dos Antigos

Crédito da imagem: http://em-prosa-e-verso.blogspot.com/2012/09/um-pe-de-jabuticaba.html

A lenda do tesouro

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Guido Lang

A tradição oral, na sucessão das gerações, apregoava lenda do tesouro enterrado. Aquela singela área, nas ativas fontes e exuberância dos solos, abrigava excepcional riqueza. O Criador, na profícua mão, havia derramado bênçãos naquele espaço. O transtornado, em herdeiro da herança, abocanha terra. Ele, na maluquice, passou a cavoucar e abrir buracos nas baixadas e encostas. O ouro ou prata, em vão labor, viram-se procurados no subsolo. O tesouro, na realidade, assistia-se na extrema fertilidade. A terra, no cultivo, sobrevinha propícia ao plantio de hortifrutigranjeiros. As plantações, em abundantes safras, dariam majestosos e saborosos frutos. A farta água e o propício solo permitiriam restrito custo de produção. Os abundantes auferidos, na venda dos artigos, possibilitariam comprar os ambicionados metais. Os ambientes, na ciência e exploração dos potenciais, abrigam excepcionais fortunas. Ao empreendedor convém visualizar potencial e executar ação na exploração.

Livro: A Ciência dos Antigos

Crédito da imagem: https://ultimosegundo.ig.com.br

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

A profecia das saracuras

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Guido Lang

A estiagem, no inclemente verão, abatia-se sobre as paragens subtropicais sul-americanas. Os animais sofriam na escassez da alimentação. As plantas acudiam estacionadas na falta da água. Os humanos reclamavam da baixa umidade do ar... As lamúrias, na falta de chuva, acorriam no corriqueiro. As pessoas olhavam aos céus e nada dos “favores de São Pedro”. O sensato ancião, em garimpado nas lidas da lavoura, disse: "- Em três dias chove no abençoado". Os conterrâneos deram aparente gargalhada. A pergunta foi: "- Como tu sabes dos prognósticos do tempo?". A resposta foi: "- As saracuras gritaram fora do horário habitual (na metade da tarde)". O acerto, no terceiro dia, materializou-se. Os animais, na longa experiência no convívio dos ambientes, conhecem tempo pelas oscilações do ar atmosférico. Os humanos, na ciência da natureza, tem muito a aprender com os ditos seres inferiores.

Livro: A Ciência dos Antigos

Crédito da imagem: https://www.wikiaves.com.br/wiki/saracura-do-mato

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

O procedimento rural

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Guido Lang

O velho colono, no seu Lothário, sobrevinha num ente talhado na labuta braçal. A propriedade familiar, em ares de ermos de linha (localidade), assistia-se no espaço da “extração do pão”. As atividades, em criações e plantações, ensinavam manhas aos filhos. Estes, na tenra idade, sobrevinham em auxiliares dos pais. Pequenas tarefas, no generalizado e progressivo, eram atribuídas aos filhos (na incumbência de ensinar o apego e valor do trabalho). Uma lição básica, na circulação pelos ambientes agrícolas, sucedia em absorver/ocupar as mãos. O trabalhador, no retorno às instalações, precisaria sobrevir carregado em frutos da terra. Os exemplos, nos diversos, poderiam ser em forragens, frutas, lenhas... As mãos, no retorno em vazias, sinalizavam desapego ao ofício. O trabalho, em “formiguinha”, abreviava caminhos e ganhava tempo. Cada ente vê-se perito no seu “ganha pão”. Aquele que aufere sustento na vocação ganha-o nos ares de brincadeira.

Coleção: Ciência dos Antigos

Crédito da imagem: https://www.tudorondonia.com

O momento sagrado

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Guido Lang

A sensata vovó, em vivente das colônias, convive no dilema dos filhos e netos. Estes, nas excepcionais reuniões familiares, assentam na mesa (em almoços e jantas). Os sucessores, no imediato, improvisam acaloradas discussões. Os manos (irmãos) e primos, no possível, tentam ajustar arestas naquela inconveniente hora/ocasião. Os demais, no horário, pipocam pelos espaços ou dedicam tempo aos utensílios virtuais. As divergências, em tamanhas, conduziram na supressão das confraternizações. Cada qual, no rumo da vida, segue sua sina de interesses e oportunidades. O instante, na bênção da mesa farta, acorre em momento sagrado. A boa digestão, na degustação dos alimentos, requer serenidade e silêncio. O convívio, na falta de limites, conduziu na libertinagem e respeito em baixa.

Coleção: Ciência dos Antigos

Crédito da imagem: http://www.torreschurrascos.com.br

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

O criatório urbano

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Guido Lang

O morador, em filho das colônias, convive no massivo asfalto e concreto. As oportunidades, na migração campo cidade, viram-se alcançadas na metrópole. Este, no modesto pátio, ensaiou criatório nativo. Os tratos, em mistura de ração de grãos, vêem-se espalhados pela calçada. As aves, em coiviras, joões-de-barro, pombinhas, pombos e sábias, afluem no contínuo. As espécies, em aparentes "monstros na cidade", teimam sobreviver com novos hábitos. O tratador, nas reminiscências, encontra inspiração e satisfação. O hábitat, em calçadas, gramado e horta, soma-se junto à morada. A fauna, em cantos e recantos, aflui no constante atrativo. Os pássaros, na semelhança dos humanos no dinheiro, direcionam conduta no sentido do sustento. A natureza, de alguma maneira, preserva sementes dos próprios no ambiente.

Vivências Urbanas

Crédito da imagem: https://www.wikiaves.com.br/wiki/joao-de-barro

O espelho do caráter

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Guido Lang

Os ancestrais, nas primeiras impressões, “fisgavam” a psique alheia. Os moradores, em proprietários rurais, viam-se avaliados pelo capricho e organização (no externado pelas aparências). Estes, na organização familiar, extraíam o apego ao labor. O retratado, na casa e pátio, descrevia o nível da evolução cultural. O trato, em lixos e utensílios, despontava no estado educacional e emocional. O estirado, no variado, apontava o descalabro vocacional. O desleixado, em brejos, madeiras e pedras, revelava ambiente descuidado. A sorte, no auto-abençoado, sobrevém no descaso. O afeiçoado,  no atribuído valor ao conquistado,  costuma ter lugar de guarda para cada coisa. O bem, em requerido na utilidade, encontra-se de imediata localização. O externado, nas entrelinhas dos afazeres, desnuda o real estado do espírito. O descuidado, no geral, sucede num azarado.

Ciência dos Antigos

Crédito da imagem: https://www.elo7.com.br

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

A concepção do inferno

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Guido Lang

O modesto filho das colônias, na essência dos anos, transcorria no problema da friagem dos pés. Os membros, em resfriados, externavam ares de adoentado ente. O aquecimento, no possível, transcorria no fogão a lenha ou na "montanha de cobertores" de cobertura. Este, na sensata idade, foi "bater as botas". A esposa, em habitual companheira, foi categórica no velório: "- Ainda bem que no inferno diz ser muito quente. O amado deixará de passar costumeiro frio nos pés". O conceito, em céu e inferno, sobrevém na imaginação de cada indivíduo. Ninguém retornou das sombras na razão de relatar as facetas das trevas. A pessoa, no definido na concepção religiosa da infância, carrega crenças pela essência. As igrejas, em entidades da fé, comercializam ideias em serviços. As pessoas, com a racionalidade, muitas vezes temem desafiar dogmas.

Coleção: Ciência dos Antigos

Crédito da imagem: https://segredosdomundo.r7.com

O segredo da longevidade

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Guido Lang

Os antigos, no criado e entalhado das colônias, mantinham ciência empírica da longevidade. A vida, em dádiva, assistia-se no maior dom. A maneira, em acrescer dias no decurso da biografia, requeria algumas precauções. Estes, em geral, acudiam em resguardar-se das friagens, dormir cedo e na medida necessária ao organismo  (estimadas oito horas diárias), exercitar corpo com massivas caminhadas  (em detrimento do sedentarismo), ostentar alimentação parca (no extremo necessário à subsistência)... Os espaços úmidos, em insalubres, sobrevinham tolhidos (em especial na edificação de prédios). A ampla insolação, em variados ambientes, transformava os lugares nos mais saudáveis ao ser humano. O convívio, no contexto do sereno, assistia-se deveras indigesto. O trabalho externo, no meio das precipitações, advinha abolido (no possível). Os exemplos, em senhores de oitenta anos, eram comuns nas paragens rurais. "A pessoa, na vida, colhe aquilo que alimenta/planta no decurso". O Criador abençoa na dimensão dos empenhos, desígnios e tarefas.

Coleção: Ciência dos Antigos

Crédito da imagem: https://drvictorsorrentino.com.br

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

O momento sagrado

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Guido Lang

A sensata vovó, em vivente das colônias, convive no dilema dos filhos e netos. Estes, nas excepcionais reuniões familiares, assentam na mesa (em almoços e jantas). Os sucessores, no imediato, improvisam acaloradas discussões. Os manos (irmãos) e primos, no possível, tentam ajustar arestas naquela inconveniente hora/ocasião. Os demais, no horário, pipocam pelos espaços ou dedicam tempo aos utensílios virtuais. As divergências, em tamanhas, conduziram na supressão das confraternizações. Cada qual, no rumo da vida, segue sua sina de interesses e oportunidades. O instante, na bênção da mesa farta, acorre em momentos sagrado. A boa digestão, na degustação dos alimentos, requer serenidade e silêncio. O convívio, na falta de limites, conduziu na libertinagem e respeito em baixa.

Coleção: Ciência dos Antigos


Crédito da imagem: http://blogdomagno.com.br

O procedimento rural

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Guido Lang


O velho colono, no seu Lothário, sobrevinha num ente talhado na labuta braçal. A propriedade familiar, em ares de ermos de linha (localidade), assistia-se no espaço da “extração do pão”. As atividades, em criações e plantações, ensinavam manhas aos filhos. Estes, na tenra idade, sobrevinham em auxiliares dos pais. Pequenas tarefas, no generalizado e progressivo, eram atribuídas aos filhos (na incumbência de ensinar o apego e valor do trabalho). Uma lição básica, na circulação pelos ambientes agrícolas, sucedia em absorver/ocupar as mãos. O trabalhador, no retorno às instalações, precisaria sobrevir carregado em frutos da terra. Os exemplos, nos diversos, poderiam ser em forragens, frutas, lenhas... As mãos, no retorno em vazias, sinalizavam desapego ao ofício. O trabalho, em “formiguinha”, abreviava caminhos e ganhava tempo. Cada ente vê-se perito no seu “ganha pão”. Aquele que aufere sustento na vocação ganha-o nos ares de brincadeira.

Coleção: Ciência dos Antigos

Crédito da imagem: https://pt.wikipedia.org/wiki/Propriedade_rural

A progressiva tratoração

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Guido Lang

A mecanização, nas encostas e morros, avança a passos largos. O arado de boi, no definitivo, cedeu espaço a gradeação das lavouras. As pequenas propriedades, em estreitas e compridas (fruto dos sucessivos espólios), acorrem no massivo aplainamento das modestas áreas. As pedras e tocos, nas retroescavadeiras e tratores de esteira, costumam ser extraídas e removidas ao "escanteio" como obstáculos a mecanização. A tratoração, no plantio direto, supre outrora trabalho animal/braçal. Os produtores, no ceio das melhorias, inspiram-se na introdução de inovações. O intento, na dimensão das disponibilidades financeiras, é não ficar atrasado na evolução. Os espaços íngremes, em toda safra, auferem redução e conhecem acréscimos de plantios. A revolução agrícola, nas outrora antigas colônias, processa-se acelerada nos muitos interiores. As propriedades, em subsistência, acorrem em aparências de empresas familiares. O lema subsiste em abolir/reduzir o esforço braçal e pouquíssimos agricultores produzirem no adoidado.

Coleção: Ciência dos Antigos 

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sábado, 24 de agosto de 2019

O dono da razão


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Os antigos, nas ocorrências das linhas/outrora picadas, contam história da azarada senhora. Ela, nos relatos da tradição oral, mantinha deveras azar com maridos. Esta, na trajetória da essência, enterrou quatro maridos. O quinto, em pretendente de companheiro, “correu da raia no pé frio” (numa maior relação íntima). O infortúnio, em transcorrido meio século, ficou na penumbra. As reformulações, em cemitério comunitário, requereram abertura de tumbas. O trabalho incluiu no par de parceiros. Os crânios, no furo de preguinho no osso traseiro, revelaram assassinato. A ente, no sono, dera jeito de executar obra macabra. A assassina, na Justiça, prestou pena a consciência e Criador. O tempo, na verdade dos fatos, costuma ser o dono da razão. As mentiras carecem de ser eternas.

Guido Lang
Ciência dos Antigos

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A extensão dos ganhos

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O cliente, instruído na ciência econômica dos antigos, edificou morada.  O ente, tendo esposa e filho, precisou de dois quartos na casa. Este, na aversão do desperdício e ostentação, construiu o estritamente necessário. A economia, em material e trabalho, possibilitou mais reservas (na manutenção e tributação). O idêntico, na compra do veículo, sobreveio nos trâmites. Um modelo, no popular, atendeu suas necessidades de circulação. Os custos, na manutenção, sobrevieram no menor ônus. A estabilidade, na modéstia, sucedeu em tranquilidade. Os dispêndios, sob controle, descrevem sabedoria financeira.

Guido Lang
Ciência dos Antigos

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O espaço privilegiado


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O rural, no contexto da propriedade, aproveitou espaço avantajado. O ambiente, em singelo cerro, sobrevinha na iluminação solar privilegiada. Os primeiros aos últimos raios, na sucessão dos dias, sucediam  em bênção no lugar. A morada, na orientação dos antigos, viu-se erguida na recomendação. Quaisquer habitações, em iluminadas e ventiladas, trazem bons agouros. O astro rei, na natureza, sobrevém no melhor desinfetante. Os micróbios, em causadores de patologias, acorrem inibidos. As abelhas, em cachopas no forro, instalavam-se nas precoces horas. A conduta, na vivência milenar, ratificou ambiente excepcional. Os ocupantes, em gerações, estiveram imunes a maiores infestações e pestes. Achar um recanto especial para habitação sucede em um abençoado tesouro.

Guido Lang
Ciências dos Antigos

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quarta-feira, 14 de agosto de 2019

O Cachorro Raimundo

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A pergunta, em curiosidade comunitária e inútil, perpassou conversa dos varões. Eles, na "flor da idade", atentaram na formosura da afamada Rosalina. Ela, nas andanças,  fazia "parar o trânsito ". A cachorrada, em máscula, fazia fila para "avançar na fruta". Os convites e propostas, na tentativa da doação, foram infindáveis. A idade perpassou nos muitos amigos e conhecidos. O ocasional reencontro, num evento, levou na divagação. Quem deflorou a cobiçada moça? A maneira, em elucidar enigma, foi interrogar sensato ancião. Ele, em  talhado nas vivências de botequim, deu seu veredito. O "Cachorro Raimundo", em más línguas de "ferramenta de metro", convenceu do desejo carnal. As conversas, em bêbados, enfocam as mais esdrúxulas concepções e ocorrências. Alguém, nas notícias, sabe das transpassadas vivências.


Guido Lang
Crônicas das Ciências dos Antigos

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A mãe da engenhosidade

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O colonial, na formação escolar, manteve parcos anos de escola primária/rural. As noções básicas,  em matemática e português, foram assimiladas no "tranco" (no contexto da fala familiar no dialeto). O  professor, no rigor da instrução germânica, "enfiou números goela abaixo". O ente, em Lothário Lang (1927-1990), desmontou um chiqueiro e paiol. O prático, na tarimba da força braçal, mostrou habilidade ímpar. As peças, em centenas e no progressivo, sobrevinham numeradas (no conjunto). A remontagem, em novo espaço da propriedade, sobressaiu numa facilidade. O rural, em carpinteiro improvisado, parecia dar aula aos peritos do ofício. A praticidade, em exercício,  sucedia em aparência de "faz de tudo" ("marido de aluguel"). As dificuldades, em contratações, sobrevinham  no esteio da própria execução. A necessidade, na falta de grana, costuma ser mãe da engenhosidade.

Guido Lang
Crônicas das Ciências dos Antigos

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A maior burrice

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A beltrana, na velhice, paga "pato" da ingenuidade da adolescência. Ela, na imprudência, arrasta-se pelas clínicas e consultórios. A maturidade, nos sessenta anos, calha em conselho aos tontos. A explanação, em maior burrice da essência, foi ter alocado primeiro  cigarro na boca. As sequelas, nas necessidades de nicotina, acudiam no maior flagelo. A carreira, em fumante, significou autodestruição da saúde.  O lamento, no arrependimento, transcorreu na velhice. Se a lástima matasse ela estaria morta na certa. O princípio,  em querer estar na moda/moderna, conduziu num "presente grego". Os humanos, no conjunto dos semelhantes, prezam pela aceitação e reconhecimento. O ônus, nos absurdos e abusos da juventude, sucedem em dores na velhice.

Guido Lang
Crônicas das Vivências Urbanas

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quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Nas trilhas dos antepassados

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Guido Lang

O Morro da Catarina, com altitude de 416 metros e localização no interior de Teutônia/RS, revela-se um patrimônio florestal e santuário ecológico ímpar.
A cobertura vegetal viu-se poupada da ganância colonizadora em função das dimensões dos prazos coloniais e elevação do terreno. Os lotes continham 150.000 braças quadradas, que, nos termos da Europa, era um latifúndio. Os pioneiros, como Wenzel Reckziegel, Joseph Tischer Senior e Júnior, Wilhelm Scharig, Franz e Stephar Tischer, Jacob Lang, Adolf Eggers, Wilhelm Jung, Claus e Heinrich Damann, Nicolaus Nielsen, Heinrich Hatje, August von Scheven..., trataram de devastar os vales e deixaram como reserva florestal as encostas dos morros. Eles certamente ficaram impressionados com a imensa Floresta Pluvial Subtropical, que ostentava centenárias e ímpares espécies de árvores. Uma riqueza, entre outras, de açoita-cavalos, angicos, cabriúvas, camboatás, canelas, canjeranas, cedros, coticeiras, figueiras, gerivás, grápias, guabirobas, guajuviras...
Inúmeras picadas, abertas a base do facão e foice, sucederam-se para conhecer o tesouro vegetal, que cada dono ostentava. Estes caminhos, de alguma forma, preservaram-se e permitem retomada. O forasteiro ou morador, na atualidade, incursiona trilhas, quando maravilha-se com a exuberância da vegetação, diversidade de vida, tamanho de troncos... O aventureiro tem a noção de retornar aos primórdios da colonização alemã, quando a floresta, com seus animais, era a real proprietária do espaço.
Exemplares raros e volumosos troncos sobreviveram à hecatombe da extração. Umbus abrigam seres no interior dos ambientes secos. Salientes cipós, com tamanhos de arbustos, entrelaçaram-se entre galhos e troncos. Vertentes brotam para iniciar regatas do curso do Arroio Boa Vista e Arroio Vermelho. Um tapete de folhas, em decomposição, realimenta a fertilidade do solo. As sementes, em meio à umidade, germinam para fazer desabrochar a vida. Cantos, de infinidade de seres, espalham-se pelo cenário nativo...
Os proprietários, herdeiros dos patriarcas, preocupam-se em manter intacto o ambiente, que, com o abandono dos minifúndios (com o cultivo de culturas anuais), vê-se rejuvenescido com o acréscimo de áreas. Os matos, do Morro da Catarina, provavelmente ostentam-se como a maior “Floresta de Teutônia/RS”, quando, como herança aos sucessores, é uma espécie de “parque natural privado”.

* Proibida à reprodução do conteúdo sem a menção do nome do autor do texto. 
LEI N° 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.

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quarta-feira, 31 de julho de 2019

Os passarinhos


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Guido Lang

Um criador tinha paixão pelo canto dos passarinhos, que, na sua virtude, depararam-se com um pretexto para prisão. Este, no cotidiano da moradia, ostentava um viveiro de aves, quando gaiolas viam-se penduradas nos cantos e recantos do espaço. Os canarinhos, coiviras, sabiás, papagaios, periquitos, pintassilgos mantinham suas histórias, que relacionavam-se a aquisição, caça, procriação, trato.. O criador gastava dinheiro e tempo no criatório, porém o prazer de ouvir o canto aliviava-lhe o peso dos encargos.
Um belo dia, nalgum descuido, deixou as gaiolas abertas, quando os pássaros safaram-se da prisão. Estes, voaram na direção de brejos e matos, quando muitos viram-se apanhados por predadores. Ele, com o sucedido, “ficou adoidado”, quando apanhou um e outro bichinho ingênuo e indefeso. Precisou de meses para refazer o criatório, que nunca mais parecia o mesmo, porém redobrara cuidados.
Um indivíduo, emprestador ou gastador do dinheiro, assemelha-se ao criador, que corre atrás dos passarinhos soltos. Estes, nunca mais em sua totalidade, retornam a origem. Precisa de meses ou anos para refazer o seu patrimônio, no que vive a lamentar e relembrar o equívoco.
Gaste o dinheiro com moderação e reflexão com vistas de não precisar correr atrás da tua soma monetária. Melhor um passarinho na mão do que um punhado sobrevoando o viveiro. Quem descuida na fartura, lamenta na escassez.

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segunda-feira, 15 de julho de 2019

Artimanhas e Brincadeiras Coloniais

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Guido Lang

Os roubos eram fatos raros nas comunidades rurais, quando, num tom de astúcia, permitia-se roubar unicamente galinhas e melancias. O proprietário das aves, com razão de mostrar a esperteza e ousadia, era comumente convidado à ceia, quando noutro dia, unicamente notava a ausência das suas adoradas e preciosas poedeiras. Este, num primeiro instante, nem quisera acreditar nos fatos, quando “pregaram-lhe uma tremenda peça”.
A invasão da roça alheia, com a finalidade de obter algumas melancias, era uma brincadeira rotineira no meio colonial. A existência de uma abastada e bonita lavoura de frutos cedo espalhava-se aos "quatro ventos'', quando alguma turminha improvisava uma visitinha.
A invenção de histórias, aos fofoqueiros, consistia noutra artimanha, quando alguém, com vista de aplicar um bom trote ao “comentarista comunitário”, criava alguma mentira. Esta era narrada ao ouvinte, que, na primeira oportunidade, tratava de passar adiante a versão. Os fatos contados costumeiramente eram assuntos combinados com os atingidos, quando os comentários não passavam de uma “baita invenção”.
O baralho era um passatempo rotineiro nas colônias, quando, em meio ao jogo, alguém prestava-se a “fazer mutretas”. Este não sabia perder, quando tratava-se de valer-se de artifícios. Estes, como, dar-se maior número de cartas ou esconder outras, eram descobertos, quando o elemento desonesto era colocado em “banho-maria”. Ele era paulatinamente excluído das rodadas.
A existência de tesouros, nos remotos interiores, fascinou a imaginação de aventureiros e caçadores de riquezas. As conversas comunitárias costumeiramente criavam histórias e lendas, quando surgiam recantos misteriosos. Estes, nos cemitérios, grutas, igrejas, matas e moradias, eram procurados, quando forasteiros, nas caladas da noite e no transcorrer de domingos, davam-se tempo de vasculhar lugares e trabalho de cavoucar buracos. A inutilidade da procura era causa de gargalhadas e os esporádicos sinais de riqueza motivo de peripécias.

Guido Lang – Escritor, historiador e professor
Fonte: Revista Vitrini (Campo Bom/RS), número 35, outubro de 1997, página 16.

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