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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A infeliz recomendação


Um candidato a genro, com a namorada, acompanhou a provável sogra e sogro ao interior. O objetivo, nas colônias, consistia em visitar parentes e fugir da cidade grande!
Os enamorados, criados na cidade, pouco caso faziam dos atrativos rurais. A mente mantinha-se direcionada à realidade urbana. A natureza, no geral, despertava pouca atenção!
O jovem, como passatempo, manteve-se enfurnado dentro da casa do visitante. A ocupação consistia em ficar diante da televisão. A preocupação eram os esportes e filmes!
O fulano, num sábado e domingo inteiro, manteve-se assentado diante do aparelho. Um descaso completo ocorreu com caminhadas, conversas, passeios, pescarias, visitas...
O hospedeiro (dono da casa), na hora da despedida, não se aguentou. Este, diante da repreensão da esposa e cunhada, precisou externar sua recomendação! O deixa disso não funcionou!
Ele, numa franqueza ímpar, disse: “- Fulano! O cidadão viajar centenas de quilômetros para ficar assistindo televisão! O melhor consiste em ficar mesmo no ambiente urbano”!
O jovem achou uma afronta e grosseria aquelas palavras. Este, tão cedo, não retorna à casa. Os absurdos e exageros dão margem aos comentários e falatórios impróprios!
Os idosos e sábios, diante dos absurdos e idiotices, precisam externar opiniões e orientações. Os estranhos, diante do desleixo na formação familiar, obrigam-se a externar palavras e repreensões. O bom senso precisa predominar nas atitudes e procedimentos!
                                                                                      
Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências” 

Crédito da imagem:http://www.decofotos.net/fotos-de-mesas-para-tv/

O serviço do corpo


Uma jovem, esbelta e ousada, aconchega-se ao expediente de trabalho. A conversa, com afirmações e revelações, estende-se aqui e acolá entre amigas e conhecidas!
A menina moça, viciada em compras e consumo, deseja valer-se do amor e esperteza. Esta, a alguma íntima, desabafa e revela um singelo desejo e procura!
O propósito, diante da ânsia consumista e carência financeira, consiste em aconchegar-se nalgum abonado e estabilizado velho. Um endinheirado para custear as contas!
O cidadão, ignorando diferenças etárias, poderia ser pai da jovem. O companheiro, num golpe do baú, assumiria os muitos e variados carnês de lojas e empréstimos bancários!
Alguma atirada, no trabalho, sucedeu-se no colega veterano. O senhor, como estabilizado e separado, recebeu o número do celular. Um bilhete, na mesa, sinalizou o dado!
O fulano, dentro dos desejos e necessidades, poderia pedir a qualquer momento. Alguma janta e passeio, antes do favor e mimo íntimo, poderia enfeitiçar a convivência!
“O graúdo peixe, na tentativa da fisgada, mostrou-se prudente e sábio”. Algum conselho, do achegado amigo e colega, “alertou da necessidade de abrir olhos e ouvidos”!
O objetivo, em síntese, consiste em colocar a mão no alheio benefício e patrimônio! O trabalho próprio, como jovem empreendedora e profissional, ficaria “num adeus dará”!
O amor e felicidade, sem maior dinheiro, ficam postergados aos filmes e novelas. A realização e satisfação, como indivíduo autônomo e feliz, limitam-se ao plano secundário!
O amor, sem o malfadado dinheiro, revela-se esperança e sonho. As conversas e olhares, afetuosos e bonitos, escondem encruzilhadas e interesses. O serviço do corpo, como profissão primeira, ostenta-se acirrada e comum!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://galeriadefotos.universia.com.br