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domingo, 16 de junho de 2013

As singelas reminiscências


Um trio de senhoras, na infância (junto aos pais), migrou à cidade grande. Elas, em função da tenra idade, tiveram modesta experiência e vivências das colônias.
Estas, na terceira idade, encontram-se com os filhos e netos. Os maridos, de forma precoce, partiram a outra instância. O jeito consistiu em passear e viver muito com as amigas!
As enviuvadas, em decorrência da aposentadoria, encontram bastante tempo aos chimarrões, convivências, visitas... O tempo, em forma de ócio, não lhes falta!
Uma maneira, de rememorar os momentos ímpares da infância, consistiu em retornar ao interior. O desejo, agora com dia e horário pré-determinados, visou reviver uma singela prática.
Um hábito muito comum vivenciado nas propriedades. As árvores, em função da massiva produção, dobram os galhos com as apetitosas frutas. Os desperdícios chegam às raias do absurdo!
O passeio, às colônias, adveio com razão de degustar frutas debaixo do pomar. Consumir, até estufar a barriga, as saborosas bergamotas, laranjas e limas.
As frutas, apanhadas diretas dos pés, podem ser escolhidas a bel prazer. A agradável e boa conversa, no ínterim, acompanha a visitação. Pequenos encantos possuem grandes significados!
Singelas convivências ostentam-se um bálsamo a alma. As experiências, ocorridas na infância, sucedem-se como ensinamentos pela existência. Cada ambiente e contexto possuem seus prazeres!

                                                                                     Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://roriita-forni.blogspot.com.br

Cornos


Dois velhos conhecidos, em determinado horário, encontravam-se diariamente no armazém. O encontro, no desfecho do dia, tornou-se um aparente vício. O horário achegava-se e precisava estar no ponto!
Os muitos parceiros, para o costumeiro aperitivo, afluíam às dezenas. As conversas e fofocas, sucedidos no dia, corriam amplas e soltas. Os frequentadores falavam de todos e tudo! As notícias não comentadas certamente careceram de ocorrer!
As implicâncias, como brincadeiras e gozações, sucediam-se com frequência e rotina. O beltrano e fulano, velhos parceiros, desentenderam-se numa certa ocasião! A cachaça, entre os inúmeros martelinhos, tinha-lhes subido a cabeça e abrido os falatórios!
O beltrano, com razão de ofender o desafeto, explanou: “- Tu fulano! Quê tu queres falar! Revelas-te um tremendo corno!” Este, a um bom tempo, sabia das traições da esposa!
O cidadão, no idêntico tom e grosseria, rebateu a gentileza: “- Beltrano! Nós então somos uns tremendos cornos!” O primeiro desconhecia a traição da sua cara metade. O pessoal, a um bom tempo, conhecia já também e sabia das aventuras da sicrana.
O primeiro foi à loucura. Este era outro corno e não sabia! A desestruturação familiar, em função das bebedeiras, revela-se um problema social. As bebidas, nas engrenagens econômicas, envolvem interesses e negócios milionários.
Os cornos costumam ser os últimos a saber da sua sina. As pessoas tem o hábito de falar-se os acontecidos e sucedidos. As conversas de armazém abrangem todo tipo de conversação imaginada e inimaginável!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”


Crédito da imagem: http://fenix-under.blogspot.com.br