Translate

quinta-feira, 20 de março de 2014

Filosofia colonial

  1.  Quem não trabalha procura carecer de atrapalhar.
  2.  As colheitas apropriadas sucedem no frescor da manhã.
  3. O trabalho matinal frutifica no descansado corpo e mente.
  4.  Quem cedo madruga afeiçoa-se na produção e satisfação.
  5.  A precaução da velhice ocorre na aurora da existência.
  6.  A tarefa determina o ânimo e apego a labuta.
  7.  O trabalho excessivo priva tempo necessário à reflexão.
  8.  Uma pedra sobre outra edifica a sonhada moradia.
  9.  O inteligente une descida morro abaixo com a sorte.
  10.  A correção permite nobreza de espírito e tranquilo sono.
  11.  Qualquer canto e pedra ostenta utilidade na propriedade.
  12.  As ferramentas possuem apropriada guarda e próprio dono.
  13.  Vizinhos bons ou ruins provêm da propagada índole.
  14.  Os exemplos práticos sobrepõem-se as ladainhas e palavras.
  15.  A coerência e limpidez paterna transluz na psique dos filhos.
  16.  O espírito alheio identifica-se nas entrelinhas das vivências.
  17.  O conjunto de detalhes faz a diferença na funcionalidade.
  18.  A exuberância vegetal denuncia a privilegiada terra.
  19.  A presença do inço desponta a fertilidade do solo.
  20.  O trabalho diário conduz a façanha da grandiosa obra.
  21.  Os falantes acabam restritos a própria ladainha.
  22.  O sucesso no enlace coincide em ficar na própria gente.
  23.  O poupador avoluma dinheiro na ideia de angariar dividendos.
  24.  O colono compra artigos nos reais e recebe nos centavos.
  25.  O pior pecado da existência consiste em educar mal os filhos.
  26.  O pátio mostra-se o espelho do capricho do proprietário.
  27.  O rendimento decorre do segredo da utilização dos materiais.
  28.  A extração do último centavo incide no exercício da ganância.
  29.  O indivíduo ganha e perde no exercício dos negócios.
  30.  O exemplo alheio serve de especial escola e referência.
  31.  O potreiro ostenta-se a impressão do capricho no imóvel.
  32.  O comportamento canino reflete o espírito dos tratadores.
  33.  O tempo cura infindáveis males e revela veladas verdades.
  34.  O cidadão dispensa dinheiro na proporção de ostentar crédito.
  35.  A ausência de regras induz ao descumprimento das normas.
Guido Lang
“Crônicas Coloniais”

Crédito da imagem: http://www.turismo.gal/