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sexta-feira, 22 de março de 2013

Um mimo escolar


Um professor, durante décadas, atuou nas escolas das periferias urbanas. Este, como filho das colônias, adorava trabalhar com o pessoal carente e modesto. Ele, com os milhares de alunos passados em suas mãos, pode aprender muito da experiência e vivência. Os alunos, do cotidiano dos lares e ruas, traziam os acontecimentos, informações e malandragens.
O profissional, em termos gerais, descobriu a desmotivação de inúmeras crianças (em precisar ocupar-se com os conteúdos teóricos). Os estudantes, com raras exceções, careciam de atrativos com a arte de calcular, escrever, ler, interpretar, refletir, transcrever...  A esperteza como paliativo de solução foi dar-lhes algum mimo.
Aqueles ágeis e interessados, na proporção de concretizar as tarefas propostas (de cada dupla de períodos), ganhavam um tempo (de cinco a dez minutos) à de prática de esportes. Uma forma de exercitar os músculos (do muito sentar).  Os concluintes, depois de acompanhados e avaliado na qualidade das tarefas, podiam ocupar-se dum esporte (futebol ou vôlei).
Os resultados, em dias e semanas, viram-se magníficos. As choradeiras e lamúrias, do “de novo professor”, foram suprimidas. O alunado vira-se atento e predisposto a iniciar os estudos da disciplina. Os tradicionais desinteressados e morosos obrigaram-se a estudar e trabalhar nos conteúdos. Eles ambicionavam os idênticos benefícios e vantagens dos colegas (dedicados e esforçados).
O rendimento, em função duma modesta estratégia, mudou toda uma metodologia e rotina. O ensino, do valor do estudo como trabalho, foi primordial assim como “primeiros os encargos e depois os prazeres”. A prática foi possível unicamente com o aval da coordenação e direção escolar. O profissional, em momentos, obriga-se a fazer aquilo que nem sempre bem concorda.
Singelos mimos fazem muita diferença no geral e produzem magníficos frutos. Os resultados medíocres exigem mudanças de enfoque e prática. Os paliativos nem sempre são adequada solução, porém são caminhos para suavizar ônus. Sábio é aquele que consegue extrair água de pedra! Cavoucar ouro em meio à terra seca!

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: http://www.educacaoassis.com.br

O mosquito e o touro

figura

Um mosquito que estava voando, a zunir em volta da cabeça de um touro, depois de um longo tempo, pousou em seu chifre, e pedindo perdão pelo incômodo que supostamente lhe causava, disse: "Mas, se, no entanto, meu peso incomoda o senhor, por favor, é só dizer, e eu irei imediatamente embora!"
Ao que lhe respondeu o touro: "Oh, nenhum incômodo há para mim! Tanto faz você ir ou ficar, e, para falar a verdade, nem sabia que você estava em meu chifre".

Moral da história:
Com frequência, diante de nossos olhos, julgamo-nos o centro das atenções e deveras importantes, bem mais do que realmente somos diante dos olhos do outros. Quanto menor a mente, maior a presunção.

                  Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)

                                            Crédito da imagem: http://sitededicas.ne10.uol.com.br