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quarta-feira, 12 de junho de 2013

O admirável beijo


O dia ensolarado faz as pessoas colocarem os pés nas praças e ruas. Estas, na selva de pedra, querem sair dos cubículos de pedra. Um formigueiro humano, na área central, instala-se nos cantos e recantos!
Os veículos tomam o cruzamento na área central da cidade. Os pedestres caminham e param nas esquinas dos semáforos. Uma multidão, na hora do pique (movimento), circula pelo espaço. Sinaleiras abrem e fecham naquela confusão.
Uma esbelta e vaidosa moça, no interior do carro, abana para um velho conhecido. Esta, pela maneira da saudação, admira-se de reencontrá-lo (certamente depois de um bom tempo).
Este, de imediato, retribui a gentileza. A caminhada, por uns passos, prossegue. O cidadão, de forma repentina, vira e volta ao carro (no compasso de espera de abrir as sinaleiras).
O cidadão, entre as fileiras de veículos, caminha e dirige-se à jovem. Esta diz “oi”! Este, numa atitude impensada e ousada, estende a cabeça vidraça adentro.
O jovem, numa surpresa ímpar (para cidadã e outros estranhos), dá-lhe um afetuoso e picante beijo. O camarada, nos singelos segundos, pôde externar aquele ímpar afeto, carinho e consideração.
A jovem moça, diante da grata e inesperada surpresa, avermelha e sorri. O coração, pelo jeito e rosto, parece em amor e sobressaltos. Um beijo, certamente privilegiado e único desses, revelou-se inesquecível à existência. Este externado por alguém que sabe amar e cativar!
A sinaleira, no ínterim, abriu-se. O cidadão, às pressas, dirigiu-se na direção da calçada. A própria, no interior do carro, ficou a meditar sobre o carinho e significado!
Uma singela atitude cativou-lhe certamente o coração. Aquele beijo gostoso e inesperado diluiu quaisquer resistências. Uma auto-reflexão de namoro tomou forma!
A astúcia e rapidez, diante dos desconhecidos e muitos olhares, pode expressar um sentimento de paixão e romantismo. O amor, em meio à agitação e pressa (da loucura urbana), tinha externado facetas das riquezas d’alma. Quem ama pratica loucuras e surpresas!
Singelos atos, em forma de nobres gestos, conquistam almas e externam a nobreza de espírito. Os indivíduos, apesar das desconfianças e inseguranças, necessitam do amor e da atenção alheia. O cidadão não consegue ser especial para todos, porém para uns pode revelar-se excepcional!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://mdemulher.abril.com.br

O jogo de palavras


Um certo camarada, por acirradas dificuldades financeiras (como lorota), inventou de comercializar chifres/guampas. Estes, nos inúmeros fogos caseiros de chão, poderiam enfeitar e enobrecer os ambientes.
O improvisado vendedor, num dia de andanças, absteve-se de maior comércio e ganhos. As pessoas, como clientes em potencial, viam uma inutilidade no produto.
Um cliente, numa ímpar franqueza, chegava a dizer: “- Fulano! Desculpe-me! Quero distância de chifres! Vão chamar o indivíduo de corno! O artefato gera azar!”
O Salim, ousado comerciante (recém advindo das Arábias), pediu para enveredar no negócio. Ele, a título de consignação, iniciou as vendas numa periferia urbana.
Este, num primeiro momento, pediu uma dezena de unidades. O vendedor, num restrito tempo, tinha comercializado as peças. A solução, do camarada conhecido da alcunha de Turco, foi pedir mais outra dezena. A venda, para o espanto do fornecedor, foi um “vap e vup”!
O dono, diante da eficiência das vendas, procurou entender tamanho tino comercial. Um pacato cidadão, com dificuldades até no idioma, possuía tamanha habilidade e vocação.
O comércio, no país das oportunidades, torná-lo-iam certamente rico em poucos anos! A esperteza, na surdina, consistiu em aprender e observar a habilidade do Salim!
Este, numa simplicidade ímpar, dizia: “- Olha, olha a guampa! Quem não compra é porque já tem! Chifre para ninguém colocar defeito!” Este, no contexto das ruelas das vilas, saia gritando as magnas expressões.
Algum pessoal, em meio ao aparente constrangimento e inibição, pedia pelos valores. O passo seguinte foi fazer a compra do seu exemplar! As casas e ruas, em poucas horas, ganharam um colorido excepcional com os enfeites!
Inúmeros negócios não passam duma habilidade de ofertas! As palavras, bem empregadas, conduzem e direcionam os semelhantes. Todo tipo de sucedidos, com habilidade e jeitinho, podem ser ditos de forma agradável e vantajosa!
                                                                         
Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://produto.mercadolivre.com.br