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quarta-feira, 26 de março de 2014

A peculiar observação


O indivíduo, modesto observador, acompanhou os afazeres e atropelos da extraordinária construção. Os apontamentos, no projeto, descreviam o desenrolar do empreendimento!
O pedreiro, tarimbado na construção, seguiu a risca o desenho. Os trabalhos, por meses, estenderam-se na edificação. O equívoco, na fragilidade, saltava aos olhos!
O curioso, nos concretos e pedras, reparou fragilidades nas minúcias. A instalação, na altura, auferiu a cobertura. O indiscreto, na acidental ocasião, ficou intrincado no telhado!
O observador, na presença do construtor e dono, externou a incongruência. O morador, como filho das colônias, conhecia as esporádicas anomalias das intempéries!
Os avisos, na fraca amarração, foram nulos aos ouvidos. As chuvaradas abateram-se no cenário. O módico vento, no brusco redemoinho, alevantou e danificou a construção!
O vultoso prejuízo recaiu no proprietário. A admiração foi ampla: “- A boca grande tinha antevisto outro drama”. O episódio assemelhava indiscreto acerto e presságio!
Uns, pelo conhecimento e experiência, possuem apurados sentidos. Os naturais, nas décadas de inteiração no ambiente, assinalam os casuais da região!
O conselho, “ouça com atenção e antecipa as ressalvas”, ostenta-se admirável sabedoria. Os anos, ao prudente observador, contam e instruem exemplos da essência!
Os alheios sujeitos, nas primeiras visões, detectam detalhes despercebidos aos abrangidos. A inteligência e raciocínio diferem conforme aptidões e profissões!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://laurawlemos.blogspot.com.br/2010/03/ao-convite-do-vento.html