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terça-feira, 19 de maio de 2015

Os humores do mercado


O agricultor, em décadas de produção, assimilou noções das variações do tempo. Calores, chuvas, frios e secas, no avanço e recuo das frentes (frias e quentes), abateram-se no cenário colonial. Os reflexos, nas oscilações dos climas, refletiram-se nos cultivos e preços. 
A propriedade, nos frutos, conheceu situações ocasionais de extremas carências ou farturas. Os problemas principais advieram nas épocas dos aguçados contrastes. Geadas, na notável frieza, abrasaram lavouras. As secas, na deficiência d’água, tolheram vegetações.
A normalização, nos “afagos de São Pedro” (intermediário do tempo), devolveram crescimento e fertilidade. A abastança, na dimensão das precipitações, renovou plantações. Os parcos dias trouxeram ânimo e sustento. A abastança, no item preço, derivou na atividade.
O colono, na fartura das colheitas, digladia-se na função da venda. O preço, na oferta e procura, depende dos humores do mercado. Os artigos, em cotações irrisórias, advêm no problema do ganho. As toneladas, em itens, caem em custos e falta de colocação e proveito.
O fato, em síntese, retrata: a natureza refaz veloz a produção. Os fabricantes, nas recheadas safras, digladiam-se na dificuldade da inserção. Os atravessadores, na especulação, fazem festança. As cooperativas, na junção de produtores, advêm numa escolha e paliativo.
Um colono colheu na abastança (significa que outros vários colheram na igual maneira). A diversidade produtiva, no recurso dos artigos, sucede na astúcia e saída.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://tuliodiasartes.blogspot.com.br/2013/10/simplicidade-da-vida.html
Autor da obra: Tulio Dias