Translate

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O estranho mimo


Os insetos, como baratas e formigas, faziam a festa. O bicharedo, na escuridão e sombra, encontrava propício ambiente de esconderijo, repouso e trânsito na residência!
Inimigos naturais, eventuais morcegos e pássaros, careciam do acesso. A proliferação, aos olhos humanos, entendia-se como inconveniente e nojenta companhia!
Os organismos, na calada, circulavam de forma adoidada e livre. A surpresa, aos ingênuos, sucedeu-se numa ocasião. O afluxo, pelo cheiro adocicado, viu-se atrativo convite!
O açucarado, alimento básico, espalhou-se como mimo. Os apressados e esfomeados, na confiança e firmeza, sugaram partes do adocicado néctar!
A desgraça transformou-se em uma hecatombe. O genocídio, com o inseticida (K-Othrine SC 25), havia feito uma limpeza. O preparado, açúcar com veneno, fora sugestão de receita da vizinha!
A perigosa mistura fizera excepcional limpeza. Os extermínios haviam sido parciais no outrora. Novas fórmulas, de maior ação e poder, instituíram-se no controle dos indesejados!
Os humanos, de forma sutil, inventam e reforçam as fórmulas de propagar a morte. O indivíduo, com ingratos e impróprios, precisa controlar a paciência e a tolerância!
Os mimos, no geral, escondem segundas intenções. Ao fraco, na presença dos fortes, convém desconfiar dos indigestos pedidos e surpresas!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://curiosidadeanimal33.blogspot.com.br/

O singelo buraco


Artigos e obras possuem data de validade. A zelosa manutenção, no geral, permite especial sobrevida. Os detalhes, consertados no início, fazem excepcional diferença!
A infiltração, no asfalto de rua, criou um singelo buraco. A cratera, a cada dia, parecia aumentar e multiplicar. A rachadura, no início, permitia colocar um exclusivo dedo!
Duas mãos inteiras, na meia dúzia de precipitações, foram possíveis à colocação. Uns pensaram em ligar ao setor de obras da prefeitura. Outros ficaram na completa indiferença!
A vizinha, filha das colônias, deu apressada e inteligente solução. A fulana, ao pedreiro, custeou e pediu o conserto. Um cimento, como concreto, preencheu o espaço!
O buraco, em instantes, viu-se aterrado e tapado. Eventuais percalços e tropeços foram solucionados. A prática extinguiu reclamos. Dinheiro público revelou-se economizado!
Pouco de massa, em segundos, evitou aborrecimentos e delongas. A mobilização, de funcionários e máquinas, mostrou-se dispensável. As longas esperas foram desnecessárias!
A fulana seguiu a velha lógica rural: solucionar, nas possibilidades e viabilidades, os problemas emergenciais e locais! As soluções, a princípio, encontram-se ao alcance da mão!
Os pedidos, ao ente público, fazem-se necessárias na proporção de extrapolar as possibilidades pessoais. O cidadão consciente e responsável sente-se corresponsável nas necessidades e obrigações comunitárias!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.justmix.com.br/concreto