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sábado, 13 de outubro de 2012

As diferenças de vocações


    

    As saracuras, nativas do interior dos matos, mantiveram uma dúvida com relação as galinhas. Elas, nas suas conversas, debatiam a questão; não chegavam a uma conclusão convincente e definitiva. A curiosidade relacionava-se a questão humana, que hostilizava a espécie e protegia as galinhas. As próprias sentiam-se discriminadas e marginalizadas e a lei, da proteção ambiental, assegurava direitos iguais a todos no mundo animal.
     Algumas saracuras, numa certa oportunidade, afluíram num pátio colonial. Elas, junto as galinhas, comiam ração e mantiveram uma aparente mansidão no ambiente. O grupo interrogou algumas galinhas sobre o tema. Uma velha ave, de muitos ovos chocados e postos, explanou uma resposta sábia. Esta disse: “ - A aparente excepcionalidade, na proteção e trato, tem um custo acentuado. Precisamos, como espécie, primeiro pôr ovos aos trilhões para o consumo humano e, num segundo, abatem-nos, em genocídios, para fornecer carnes. Muitos dos  semelhantes, encontram enjaulados, em gaiolas diminutas, para serem 'fábricas de ovos'. Outros trilhões de jovens trancafiados em aviários esperam empanturrados um certo número de dias e peso com vista de serem levados aos abatedouros. Diga para os teus que essa gentileza humana mostra-se uma balela! Os  homens não fazem nada por mera caridade ou casualidade; os fins econômicos justificam os meios”.
    O grupinho de saracuras pensou: "Continuamos ariscas como de práxis. Os nossos ciúmes e invejas  não passam de ilusões! Mantivemo-nos com os instintos apurados diante da extrema astúcia humana". Elas, junto aos conhecidos e vizinhos, espalharam a fala entre os muitos da espécie, que nunca deixaram-se amaciar e dominar.     
  Muitos ostentam-se felizes e não sabem! Certas regalias possuem custos exorbitantes em sofrimentos! Mantenha sempre os instintos apurados neste mundo cheio de artimanhas e injustiças! Quem enciuma e inveja as virtudes alheias, acaba esquecendo das suas!

Guido Lang
Livro ‘’História das Colônias’’
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://muhpanpaisagens.wordpress.com/2007/04/30/saracura/

Sólon



0 1. Não destruas o que não fizestes.
02.  A palavra é o espelho da ação.
 03. A igualdade não gera guerras.
04. Envelheço aprendendo sempre muitas coisas.
05. Aquele que quer a ser chefe tem primeiro que aprender a servir.
06. Não dês a amigos os conselhos mais agradáveis, mas os mais úteis.
07. Não tenhas pressa de fazer novos amigos, nem de abandonar aqueles que tens.
08. Para que um império dure, impõem-se que o magistrado obedeça as leis e o povo aos magistrados.
09. É a instrução a melhor provisão de viagem para a paragem da velhice.
10. Aprende a governar-te a ti próprio antes de governar os outros.
11. A riqueza gera a sociedade e a sociedade a incontinência.
12. As leis são como as teias de aranha que apanham os pequenos insetos e são rasgados pelos grandes.

(638 a 558 a. c., poeta e político da Grécia Antiga)

(Reunidos, a partir de fontes diversas, por Guido Lang)

Crédito da imagem: http://hellenizelcg.blogspot.com.br/