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sábado, 15 de junho de 2013

A negação íntima


O marido, numa certa moradia, iniciou os alicerces das ampliações. Os filhos cresciam e as necessidades aumentaram. O espaço familiar mostrou-se avolumado e diminuto.
A obra, depois de iniciada, ficou unicamente na base. O cidadão, diante da esposa, inventava desculpas para não continuar os trabalhos. Todo tipo de desculpas revelou-se viável!
A construção, durante meses ou anos, arrastaram naquele “lenga-lenga” (lentidão). A esposa, junto as amigas e conhecidas, lamentava-se e queixava-se diante do descaso e negligência.
Uma conhecida, bastante íntima, sugeriu um paliativo. A ideia básica consistia “em fazer uma abstinência daquilo/íntimo” (na proporção do desleixo do empreendimento).
Ela, de imediato, assustou-se e renegou a ideia. Esta, em meio às gargalhadas e risadas, mostrou-se categórica: “- Ele procura as outras! Eu fico como a segunda!”
Certas sugestões não tem como acatar como conselhos e projetos. Cada qual conhece o que tem em casa! Algumas famílias, o marido ainda manda e a mulher meramente obedece! As greves e operações tartarugas nem sempre trazem os resultados almejados!
Certas práticas, como forma de pressão, simplesmente não funcionam a contento. Algumas situações assemelham-se a duas! Os casais, em quaisquer uniões, possuem suas concordâncias e diferenças.

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://www.lagoinha.com

A disseminada cachorrada


Inúmeros citadinos, em função da vida sedentária, dão-se o hábito de caminhar. O exercício visa arejar corpos e mentes.
Estes, nalgumas oportunidades semanais, caminham pelas avenidas e ruas. Uma forma de economizar com academias e entidades recreativas.
Os pedestres, de maneira geral, depararam-se com os sérios problemas urbanos. Eles, nas periferias, saltam aos olhos nos bairros e vilas. Os moradores descuidam do seu habitat!
Os problemas, entre muitos, ligam-se a lixos (estirados nos cantos e recantos), odores (impróprios das canalizações), poluição (sonora e visual)... Um outro singelo  problema urbano soma-se ao conjunto: a disseminada cachorrada.
Inúmeros animais, num primeiro descuido dos pedestres, avançam nas canelas e joelhos. Os proprietários, quando filhotes, adoravam os bichinhos. Eles viram-se adotados como animais de estimação. Estes, agora fracos e velhos, “ficam ao deus dará”.
Os donos renunciaram aos cuidados e guarda. Os bichos aí ficam esfomeados, raquíticos e soltos. Eles, nalguma mordida em adultos e crianças, somem das responsabilidades. Os caminhantes, a todo momento, precisam andar vigilantes (com razão de evitar surpresas maiores).
Os animais domésticos, em função do elevado número, tornaram-se uma ameaça e praga urbana. O ente público, entre as muitas responsabilidades, obriga-se assumir o desleixo familiar.
O curioso relaciona-se nalgumas recém formadas e pobres vilas. Estas, como resquícios da vida rural, parecem ter mais moradores caninos como humanos! Uma algazarra canina a semelhança de algum canil!
Os humanos, na maioria das situações, criam-se os próprios problemas. O desleixo cria consequências e os responsáveis escondem-se no anonimato. As pessoas, com o “aparente tudo pode e dá em nada”, instalaram uma espécie de caos social.

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://portaldodog.com.br