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sábado, 7 de março de 2015

A esperteza animal


O habitante, no abuso excessivo pelo mantimento, aplicou estranha peça. O envelhecido gato, no cochilo, foi apanhado e ensacado. O remédio, na ideia do malandro, caía na procura de novo lar. O animal, na garupa da bicicleta, acabou conduzido pela paragem.
Os cinco quilômetros, na fantasia particular, seriam distância suficiente. A soltura, no engaiolado ser, caiu na beira da estrada geral. A distância levaria a forçada migração. Uma nova casa, na adaptação e sorte, adviria no intento. O Criador iria incumbir-se dos cuidados.
O sujeito, na paixão do armazém, demorou-se nos consumos e delongas. Algumas singelas horas foram corroídas no descanso. As novas, nas ocorrências habituais, incidiram na informação e querela. O cidadão informado, na serventia, perpassa no valor de dois.
O indiscreto ligou-se ao regresso da viagem. O calejado gato, na alegria e bulimia, encontrou-se na cadência de espera. O domicílio original fora achado e estimado. O artifício transcorreu na incômoda e melancólica brincadeira. A astúcia execrou e traiu o amo.
O fato delineia a dificuldade de trapacear o ancião e calejado. A esperteza felina chega a assombrar o aferro humano. A animália, no código da natureza, ostenta manha da permanência. Os animais, nas probabilidades, escolhem ambientes e benfeitores.
Certos amigos, na surdina, advém como excepcionais inimigos. O sujeito, no mau trato animal, alicia e incita a sinistra riqueza e sorte.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://gatos.mundoentrepatas.com/