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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Índios cherokees


O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho. O filho se senta sozinho no topo de uma montanha durante toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte.
Ele não pode gritar por socorro para ninguém.
Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem.
Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido.
O menino está naturalmente amedrontado.
Ele pode ouvir toda espécie de barulho.
Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele. Talvez alguns humanos possam feri-lo. Os insetos e cobras podem vir picá-lo. Ele pode estar com frio, fome e sede.
O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele não remove a venda .
Segundo os cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem. Finalmente.....
Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida. Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele. Ele estava a noite inteira protegendo seu filho do perigo.
Nós também nunca estamos sozinhos! Mesmo quando não percebemos, Deus está olhando para nós, 'sentado ao nosso lado'. Quando os problemas vêm, tudo que temos a fazer é confiar que ELE está nos protegendo.

Autor desconhecido

Obs.: Se algum leitor souber o nome do autor do texto, favor informar ao autor do blog, para que os devidos créditos possam ser concedidos a esta pessoa.


Crédito da imagem: http://essa-vale-a-pena-ver.blogspot.com.br/2010/11/rito-da-passagem-dos-indios-cherokee.html

Os anônimos


       Existem indivíduos de todos os tipos neste mundo. “Cada louco com suas manias e segredos” versa a sabedoria popular. Uns moradores escondem-se em casa! Estes almejam maior distância dos curiosos e faladores.
Alguns poucos, muito discretos e eficientes nos negócios, escondem-se no anonimato. Estes poucos procuram manter a discrição dos seus empreendimentos e posses. Deixam de comentar, junto aos familiares e estranhos, detalhes da sua vida pessoal. Evitam uma gama de aborrecimentos e falatórios (na proporção de adotar a postura). Ostentam-se, como postura de vida, deveras reservados. Fala-se, na gíria, “escondem o jogo”. Esta prática desperta a curiosidade alheia.
A tradição, pelas boas relações comunitárias, reza pelo cumprimento, recepção e convite (para entrar/sentar no interior das residências). O visitado convida/pede para entrar, sentar e colocar algumas conversas em dia. O visitante, nesta entrada, faz ideia dos bens e modo de vida familiar. As crenças transparecem nas arrumações e decorações. Descobre-se os gostos e manias daquele morador. O ambiente revela as energias existentes naquele seio!
Os anônimos fazem descaso com a visita. Os reservados carecem de oferecer alguma cadeira, externar o convite para sentar, possibilidade de vislumbrar o interior da residência... Os visitantes são tratados numa aparente indiferença. A discrição evita revelar gostos e paixões, modo e qualidade de vida, teor dos bens duráveis e leituras... Eles, no entender do morador, não interessam a estranhos e daí a reserva efetiva. Reza a tradição oral, pela fala, serem pessoas perigosas. Os próximos nunca conhecem/sabem as reais ideias e pensamentos destes. Ignoram com quem estejam realmente falando/relacionando. O excesso de resguardo e reserva atiça um mistério (em função do desconhecimento de estar ou não agradando).
Outros moradores, conhecendo o espírito alheio, evitam maiores proximidades e carecem de visitá-los. Sentem-se afrontados na proporção de não ver oferecido uma cadeira (para sentar), desconhecem a retribuição de alguma visita, evitam gentilizas de escambos (sobras de produtos)... Uns, como vizinhos, residem próximos (há décadas), porém nada de maior intimidade. Um relacionamento distante e frio como aparentes desconhecidos. Esporádicas conversas, nalgum encontro ocasional, sucedem-se. Pode-se, numa emergência, unicamente contar com seu auxílio (para fins humanitários).
Os moradores, por residirem em singelas comunidades, conhecem-se pelos hábitos, histórias e nomes. Uma boa vizinhança revela-se uma dádiva! O segredo de ostentar bons vizinhos consiste em ser uma boa vizinhança. Versa a sabedoria colonial: “Melhor um vizinho próximo que algum irmão distante!” e “cada cabeça uma sentença!”.

Guido Lang
Livro “Histórias das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://www.webluxo.com.br/menu/imoveis/2009/elegante-mansao-marbella.htm