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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A poupança verde

As pessoas, num domingo ensolarado, gritam e torcem no estádio. Uma excepcional partida, pelo campeonato amador, sucede-se na localidade. Imprensa, escrita e falada, encontra-se a registrar e transmitir o jogo. Os torcedores, de inúmeras localidades, afluem ao evento. O estacionamento encontra-se tomado de veículos. As cercanias do campo tomadas pelos apaixonados torcedores. Outro acontecimento esportivo ímpar na história do clube e da pacata localidade.
Um pai e filho, neste ínterim, não puderam desgrudar-se dum objetivo maior. Eles, com a umidade dos desfechos do inverno e lunação própria, fixaram algum propósito maior. Este objetivo tinha cotas. Precisariam, como trabalhadores urbanos (improvisados de colonos nos finais de semana), transplantar mudas. O tempo, naquele final de semana, favorecia a atividade agrícola. A dupla, numa determinação ímpar e teimosia própria, colocou mãos a obra. Eles inspiravam-se na fartura econômica futura.
Alguns espaços íngremes de morro foram enchidos com o eucalipto. Uma antiga lavoura, com a migração massiva campo-cidade, fora relegada das culturas anuais e reavaliada na sua função social. O mato, dessa vez reflorestamento, retoma o seu lugar tradicional. O dono, com o auxílio do filho, obriga-se a tarefa de cultivar. O genitor abre os buracos e o rebento coloca/fecha as mudas.
O sonho, daqui a décadas, consiste em produzir toras e ostentar florestas. Uma poupança familiar alheia “as manipulações bancárias e maquiagens dos índices econômicos/estatísticos dos governos”.  A família, com os dividendos almejados, espera nalgum dia “sentar na sombra na proporção de outros trabalharem”. Os propósitos, determinados e obcecados, impulsionaram a tomar o final de semana como dia qualquer. As mil mudas, da cota da safra, precisava conhecer a destinação própria. As desculpas, em meio às necessidades, não funcionaram de outros compromissos e ocupações. A ideia encontrava-se direcionada a poupança do futuro.
Idênticas realidades, em todos os finais de semana, ocorrem no meio colonial. Os donos de máquinas ocupam-se na confecção de silagens. Proprietários trabalham na semeadura de lavouras (recém colhidas). Carvoeiros cortam matos para abastecer fornos. Os leiteiros recolhem a produção colonial. Colonos reparam as criações (aves, porcos e vacas). Os fornos ganham a contínua vigília dos queimadores de lenha...
Trabalhadores anônimos, alheios aos benefícios trabalhistas (adicionais, horas extras e férias), labutam de forma contínua e persistente nos seus empreendimentos. O sistema não pode parar e alguém precisa cuidar da sua manutenção. Alguns, em meio aos maiores eventos ou velórios, encontram-se a labutar. O meio rural assemelha-se a ares de empresas familiares. Os colonos ganham na proporção de seus investimentos e trabalhos.
Os propósitos determinam as atividades e comportamentos. O pensamento, direcionado ao futuro, ostenta-se característica marcante do homem rural. O dono, como sendo seu próprio empregado/funcionário, ostenta-se dedicado e eficiente no trabalho da empresa. Os encargos trabalhistas vêem-se renegados como proprietário.
                                                                     
Guido Lang
                                                 “Singelas Histórias do Cotidiano Colonial”

Crédito da imagem:http://aguasamericanas.com/ecom.aspx/Produto/eucalipto-toras--citrodora-arapongaspr 

Não desista nunca

Se você não acreditar naquilo que você é capaz de fazer; quem vai acreditar?
Dizer que existe uma idade certa, tempo certo, local certo, não existe.
Somente quando você estiver convicto daquilo que deseja e esta convicção fizer parte integrante do processo.
Mas quando ocorre este momento? Imagine uma ponte sobre um rio.
Você está em uma margem e seu objetivo está na outra.
Você pensa, raciocina, acredita que a sua realização está lá.
Você atravessa a ponte, abraça o objetivo e não olha para trás.
Estoura a sua ponte.
Pode ser que tenha até dificuldades, mas se você realmente acredita que pode realizá-lo, não perca tempo: vá e faça.
Agora, se você simplesmente não quer ficar nesta margem e não tem um objetivo definido, no momento do estouro, você estará exatamente no meio da ponte.
Já viu alguém no meio de uma ponte na hora da explosão... eu também não.
Realmente não é simples.
Quando você visualizar o seu objetivo e criar a coragem suficiente em realizá-lo, tenha em mente que para a sua concretização, alguns detalhes deverão estar bem claros na cabeça ou seja, facilidades e dificuldades aparecerão, mas se realmente acredita que pode fazer, os incômodos desaparecerão.
É só não se desesperar.
Seja no mínimo um pouco paciente.
Pois é, as diferenças básicas entre os três momentos são:
ESTOURAR A PONTE ANTES DE ATRAVESSÁ-LA: Você começou a sonhar... sonhar... sonhar! De repente, sentiu-se estimulado a querer ou gozar de algo melhor.
Entretanto, dentro de sua avaliação, começa a perceber que fatores que fogem ao seu controle, não permitem que suas habilidades e competências o realize.
Pergunto, vale a pena insistir?
Para ficar mais tangível, imaginemos que uma pessoa sonhe viver ou visitar a lua, mas as perspectivas do agora não o permitem, adianta ficar sonhando ou traçando este objetivo?
Para que você não fique no mundo da lua, meio maluquinho, estoure a sua ponte antes de atravessá-la, rompa com este objetivo e parta para outros sonhos!
ESTOURAR A PONTE NO MOMENTO DE ATRAVESSÁ-LA: Acredito que tenha ficado claro, mas cabe o reforço.
O fato de você desejar não ficar numa situação desagradável é válido, entretanto você não saber o que é mais agradável, já não o é! Ou seja, a falta de perspectiva nem explorada em pensamento, não leva a lugar algum. Você tem a obrigação consciencional de criar alternativas melhores.
Nos dias de hoje, não podemos nos dar ao luxo de sair sem destino.
O nosso futuro não é responsabilidade de outrem, nós é que construímos o nosso futuro. Sem desculpas, pode começar...
ESTOURAR A PONTE DEPOIS DE ATRAVESSÁ-LA: No início comentei sobre as pessoas que realizaram o sucesso e outras que não tiveram a mesma sorte.
Em primeiro lugar, acredito que temos de definir o que é sucesso.
Sou pelas coisas simples, sucesso é gostar do que faz e fazer o que gosta.
Tentamos nos moldar em uma cultura de determinados valores, onde o sucesso é medido pela posse de coisas, mas é muito mesquinho você ter e não desfrutar daquilo que realmente deseja.
As pessoas que realizaram a oportunidade de estourar as suas pontes de modo adequado e consistente, não só imaginaram, atravessaram e encontraram os objetivos do outro lado.
Os objetivos a serem perseguidos, foram construídos dentro de uma visão clara do que se queria alcançar, em tempo suficiente, de modo adequado, através de fatores pessoais ou impessoais, facilitadores ou não, enfim o grau de comprometimento utilizado para a sua concretização.

A visão sem ação, não passa de um sonho.
A ação sem visão é só um passatempo.
A visão com ação pode mudar o mundo.

Martha Medeiros (1961-____ )

Crédito da imagem: http://www.horacioalmeida.com.br/2011/02/14/quem-morre-martha-medeiros/