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sábado, 11 de janeiro de 2014

O florão americano


O imigrante, metido a viajante, queria saber a exata localização do Brasil. À conversa, na tradição oral, desenrolou-se entre teutos na outrora belicosa e distante Europa!
Levas de conterrâneos, de forma permanente, tomaram a direção do sol poente. A curiosidade havia em saber onde ficavam as desconhecidas e distantes paragens brasileiras!
Um marinheiro, no porto de Hamburgo/Prússia, falou: “- Fulano! Viaja pelo grande oceano. A chegada assinala uma particularidade.” A explicação estendeu-se no detalhe!
“O lugar onde um trabalha e cinco apreciam: podes aí descer. As terras ostentam-se as brasileiras.” O costume, das “aparências e do faz de contas”, advém de distante duração!
A achegada, em cinco longas semanas (em caravela), sucedeu-se num estranho e movimentado porto (Rio de Janeiro). A observação notou o cenário paradisíaco!
A dezena de trabalhadores, de pele escura, encontrou-se a fincar o poste. A finalidade sucedia para amarrar embarcações. Uma necessidade via-se no intenso afluxo de navios!
O curioso ligou-se a filosofia de trabalho. Dois braçais labutaram, meia dúzia observaram e uma dupla de brancos, na aparência de chefe e técnico, deram ordens!
A exata descrição, sem floreios e rodeios, fora vislumbrada. O forasteiro, na certificação, perguntou pelo local. Um nativo confirmou tratar-se do “florão americano”!
A realidade, a grosso modo, mantém-se nos subsequentes séculos. O trabalho ostenta-se paixão de apegados. O ócio, na fácil vida, predomina como filosofia e terapia nacional!
Mudanças de mentalidade, a princípio, costumam levar gerações. A abençoada e magnífica terra brasileira, “se plantando dá”, convive com fartura e opulência pelos séculos!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.itf.org.br/

A encrenca do vizinho


Os vizinhos, distanciados há algumas dezenas de metros, estranharam-se na amizade. As informais conversas cessaram de definitiva forma. A afronta e peça ostenta-se inesquecível!
As idas e vindas, nas conversas e convivências, concluíram-se por completo. A imprópria notícia, aos quatro ventos, espalhou-se no núcleo comunitário!
O cidadão, pela indecência e ousadia, ganhou específica alcunha: jaquara. O motivo, dessa encrenca de vizinho, ligou-se ao inconveniente e inesperado solicitado!
O beltrano, embebedado, efetuou indiscreta oferta. A intimidade sexual seria seu desejo. A fulana, no ato, descartou quaisquer chances! O nojo e a raiva tomaram conta!
A tradicional confiança, entre vizinhanças, fraquejou no relacionamento e respeito. O marido, por insistência da honrada senhora, careceu de pedir esclarecimentos e satisfações!
As brigas e intrigas instalaram-se nas relações! A bebedeira, aos consumidores, induz a esdrúxula e ridícula situação. A confiança traída significa relações atingidas!
Melindrosos pedidos, no meio colonial, deixam lembranças e mágoas pela vida inteira. O bom e respeitoso vizinho, na alheia esposa, enxerga o masculino sexo!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.igrejanovageracao.org/