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domingo, 8 de maio de 2016

O ardil desportista


O esporte amador, no espaço dos anos de 1950 a 1990, ganhou expressão e paixão nas colônias. As agremiações esportivas, nos organizados das variáveis linhas, compunham intercâmbio das quadras e quadros.  Os moradores, no alterado público, aglomeravam-se nas cercanias das arenas de várzeas. O assinalado atleta, no escasso tempo, exteriorizou comentários e simpatias. A galera, no reservado do mulheril jovem, acorria no abano e alegria. O ardil, na vibração, incidia na falta do uso de cueca. O largo calção, na intencional alevantada das pernas, expunha de “forma saliente utensílio íntimo”. O público, no acobertado artifício e palhaçada (no clima social conservador), torcia na disputa e exposição da volúpia. Os comentos, na ousadia, “corriam falas e orelhas”. O atleta, no “fecho do caixão”, avultou alusão e riso do transcorrido. As pessoas, no feitio latino e variável, contraem auréola e registram história. Os procedimentos, no alegórico, declinam em gargalhadas e memórias.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: http://tudo-em-futebol.blogspot.com.br/

O espeto



O cliente, na saída do botequim, exteriorizou falação e prosa. A bebedeira, no aguçado da ocasião, transcorria no corpo. As intrigas, no acrescido dos dias, decorreram aventadas no recinto. O comentário, no partilhado de mexeriqueiros, considerou: “- Preciso chegar a casa e espetar setenta dois quilos de carne!” Os compartes, na bisbilhotice, inquiriram: “- Nossa! Festa para tamanha gente?” O epílogo, na calúnia, concluiu: “- Tenho obrigação de espetar a esposa na vara!” As falas, no bebido, pintam na burrice e inútil. Os machos, nos convívios, “cantam-se de galo”. Os acanhados, no item das inserções, advêm na típica cultura empírica.

Guido Lang
“Artimanhas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.tvchurrasco.com.br/

O brusco

 

O colonial, no apegado ao ofício da edificação, improvisou restauro. O telhado, no domicílio do amigo e vizinho, acorreu no ajuste e esforço. A subida, na excedida autoconfiança, calhou no brusco. A queda, no escorregadiço, brotou na repentina extenuação. O operoso, nos quarenta anos, acabou chorado e honrado. A morada, no recém-erguido, estará na falta do real construtor. Os pais, na eterna dor, sepultam broto. A família, na mulher e rebentos, carece da presença. A excessiva certeza, na segurança, incorre em casuais atropelos e extinções. Os acidentes, na instituída crença, afeiçoam ocorrer nos alheios.

Guido Lang
“Artimanhas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.cerejeiras.com.br/