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terça-feira, 2 de julho de 2013

A qualidade da fabricação


Umas poucas angolistas, junto às galináceas, vêem-se criadas no contexto dos pátios. Estas, em função do instinto arisco, continuamente agitam o cenário colonial!
Os moradores, a longas distâncias, escutam suas gritarias e peripécias. Os insetos temem sua voraz e pertinaz ação! Predadores desafiam sua astúcia e inteligência!
As limitações, da espécie, relaciona-se a impertinência. A criação ostenta-se difícil em função dos ambientes frios e úmidos (por ser originária dos desertos da África).
Os pintos, chocados pelas galinhas, morrem com incrível facilidade. Alguma ninhada de dez, no final da criação, salvam-se somente alguns esporádicos casais.
Os rurais, salvo as exceções, adoram a presença das angolistas. A explicação liga-se ao feroz extermínio dos insetos. O difícil mostra-se em sobrar alguns no seu alcance!
Os casais de aves, num único dia, costumam devassar os lugares. Estas passam e repassam ambientes (com razão de caçar e degustar eventuais invasores).
As passeadas complementam-se com as constantes gritarias e sobrevôos. Quaisquer movimentos repentinos ostentam-se suspeitas de perigos.
A espécie, junto as galinhas, consome cereais e rações. A abundância alimentar, aos criadores, levou imaginar a abolição daquele velho hábito.
As aves, na sublime gritaria, insistem: -“Tô fraco, tô fraco, tô fraco...” As queixas mantêm-se apesar da qualidade dos tratos.
A esperança consiste que as indústrias, nas constantes inovações e melhorias nas rações, consigam abolir as incômodas queixas das aves. A ordem, nalgum dia, talvez possa ser “tô forte, tô forte, tô forte...”
Difícil mudar impregnados conceitos e hábitos! Os instintos mantêm inatos os princípios da sobrevivência! A natureza, no reino animal e vegetal, carece de perdoar doentes e fracos!   
As angolistas integram os mimos duma propriedade colonial. Certas criações, no âmbito financeiro, angariam escassos dividendos. A excessiva desconfiança mostra-se uma forma de safar-se dos perigos da morte.                                           
                                                                                        
Guido Lang
"Singelas Histórias das Vivências das Colônias"

Crédito da imagem: http://preciosidadesnosul.blogspot.com.br    

O mico da portaria


O cidadão, numa fugida matrimonial, frequentou o tradicional bailão das quartas. Este, no ambiente do embalo musical, procura dançar e relacionar-se!
O objetivo consistiu certamente em fugir da monotonia e rotina do casamento. O exercício da dança ostentou-se outra diversão e passatempo!
Os músicos, no aviso entre as melodias, anunciam o sui generis. Este, num bilhete trazido por algum segurança, vê-se repassado (a um dos músicos).
O escrito, lido no microfone, versa: “- Fulano de tal! Por favor, com urgência, comparecer a portaria. A esposa encontra-se a sua espera!”
O cantor, da banda, não aguenta o mico! Este precisa dar sua pitada no deboche. O constrangimento, diante do público, revelou-se deveras acentuado!
O gozador, em meio à maldosa gargalhada, reforça: “- O camarada, nesta noite, vai dormir certamente na casinha do cachorro!” Adeus momentâneas intimidades!
A sabedoria popular, na briga entre casais, reafirma este termo! As mulheres possuem a maioria dos direitos! Outros vários fujões encontraram-se na idêntica traição!
Ouvidos atentos, com discretas risadas, estenderam-se sobre o cenário. Outros ficaram a meditar sobre a incômoda repreensão! Parabéns a esposa: belo e inteligente mico!
A fidelidade de muitos vai até onde a vista alcança. A traição revela-se parte integrante das incoerências humanas! Singelas afrontas revelam-se especiais experiências de vida.
                                                                                             
Guido Lang
 “Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://www.dercio.com.br