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domingo, 9 de junho de 2013

O perdão dos débitos


A campanha política, no município Esperteza (localizada num Estado Referência), mantinha os ânimos acirrados. A oposição, através do candidato Simpatia, avançava nas intensões de voto e pesquisas!
As conversas e expectativas direcionavam-se na mudança de governo e mandatários. Os meios escusos, de compra adoidada de votos, ouviam-se de ambos os lados. O poder financeiro induzia as preferências e resultados da disputa!
A carreata, de encerramento de campanha (da oposição), colocou centenas de veículos nas avenidas e ruas. A situação, representada pelo candidato Astúcia, caiu no pavoroso temor! Alguma estratégia e medida urgente, de última hora, precisou ser tomada!
O jeito, junto aos correligionários e simpatizantes de mercados, foi debater e pensar. Alguém, em determinadas vilas (de forte penetração da oposição), sugeriu lançar um ímpar boato. Alguma fofoca, de quatro paredes, deveria ocorrer junto aos devedores.
A conversa, em síntese, consistiu: “- Se Astúcia, da situação, ganhar! A partir de segunda tem ficha renovada! Os endividados podem voltar a comprar no crediário! As dívidas, no caderninho dos registros, encontram-se perdoadas e zeradas!”
A informação, no “conjunto de enforcados e sufocados”, difundiu-se nas vinte quatro horas anteriores ao pleito. Inúmeras penduradas famílias, diante do poder do dinheiro e perdão de débitos, reavaliaram e redimensionaram os votos.
A situação, por estreita margem, reverteu o quadro adverso. Os comerciantes, com muita grana enterrada, reouveram velhas somas. Estes, nos dias posteriores, adquiriram veículos e ampliaram construções.
Os contribuintes, como de rotina, pagaram certamente outra conta. Alguma “maracutaia” (ato desonesto), nas sombras do poder, sucedera-se provavelmente para custear os dispêndios.
Os políticos, como de práxis, certamente não pagaram as contas com o dinheiro deles! O povo, com suas fofocas e sabedorias, comenta e sabe à surdina os muitos e variados sucedidos!
Uns não por mero carisma e eficiência, revelam-se lideranças comunitárias. O dinheiro induz as preferências e resultados! As necessidades sobrepõem-se as filosofias e ideologias!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://saracotear.blogspot.com.br

O tradicional rádio corredor


Um instrumento de efetiva divulgação, sem aparelhagem específica e estação fixa, revela-se o tal do rádio corredor. Este, em minutos ou horas, leva e traz os boatos e fofocas! 
As conversas, como num rastilho de pólvora, divulgam mensagens nos cantos e recantos. Ouvidos atentos adoram escutar e comentar algum sucedido ímpar!
As empresas e órgãos públicos, nos corredores e salas dos expedientes, conhecem amplamente o esquema de divulgação. O rádio informal, com palavras lançadas ao vento, mostra-se o meio de assimilação e divulgação de rumores.  
As informações, como pão quente, saem fresquinhas ao paladar! As notícias, em curtas frases ou palavras, disseminam-se pelas bocas e ouvidos.
O curioso, na história, liga-se a veracidade. As narrações e relatos possuem costumeiramente seu fundo de verdade. A mera casualidade não cria comentários (“onde tem fumaça, tem fogo”).
Os temas, a título de exemplo, relacionam-se a dispensas, feriadões, greves, negociações, reposições... Noticiários, como de primeira mão, espalham-se entre colegas. Cada ouvinte, num ponto, acrescenta um ponto!
Alguns externam a vocação de serem especiais rádio transmissores! As horas ou dias confirmam a veracidade dos fatos. Sigilos, guardados a sete chaves, conhecem a informalidade.
Alguém, muito achegado às fontes, abre a boca ao melhor amigo. Este, por sua vez (numa sucessão), comenta com sua maior companhia. As conversas, como “troca de fichinhas”, vêem-se narradas e repassadas.
As informações, num “vap e vup”, tomam a direção das famílias, prédios, publicações, ruas... As notícias, com a telefonia celular, difunde-se em segundos!
O sigilo, do ninguém ouviu ou viu, revela-se uma doce ilusão! As pessoas, como satisfação e prazer, tem o hábito e a necessidade de conversar no ínterim das tarefas! Quem descarta algum boato ou fofoca de primeira mão?

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da vida: http://casamento.culturamix.com