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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Camelo



"Confia em Deus, mas amarre o teu camelo".

Provérbio judaico

Crédito da imagem: http://benngal.blogspot.com.br/2012/07/camelo.html

O vinho



"Quando o vinho entra, os segredos saem".

Talmude

Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vinho

O trabalho



"Não ensinar o filho a trabalhar é ensiná-lo a roubar".

Talmude

Crédito da imagem: http://conhecimentoegracaalanbonassa.blogspot.com.br/2010/10/espada-em-punho.html

A palavra



"Se uma palavra dita a tempo vale uma moeda; o silêncio, a seu tempo, vale duas".

Provérbio judaico

Crédito da imagem: http://www.magnojoalheiros.com.br/?url=compramos.php

O ladrão




"O ladrão tem trabalho leve e sonhos ruins".

Provérbio judaico

Crédito da imagem: http://atalaiaicmv.blogspot.com.br/2011/05/qual-e-pior-o-ladrao-de-bolsas-ou-o.html

A domesticação dos animais nas colônias teuto-brasileiras


Um acontecimento colonial, praticamente desconhecido pelas novas gerações, liga-se a disparada de animais e o trabalho de manejo dos bichos, que sucedia-se no interior da propriedade colonial. A disparada ocorria esporadicamente com a domesticação de bichos xucros, que eram treinados nos encargos da canga e tração física. As corridas poderiam advir de sustos ou temores, que originavam-se da cachorrada, insetos, visitas... Os animais, diante do imprevisto, poderiam correr com carretas e carroças entre pedras e peraus, quando causavam danos materiais e acidentes de percurso. Alguns bichos disparados poderiam incorrer na frequência do ato, quando, de certa forma, “viam-se estragados”.
Os condutores, muitas vezes com a família, incorriam em perigos, quando todo cuidado era pouco. Procurava-se desvencilhar os animais, cuidar dos imprevistos, conduzi-los de frente... A tradição, como na Boa Vista Fundos/Teutônia/RS - Brasil, registra acidentes fatais com carroças, quando os moradores Reinaldo Strate e Raimundo Bayer tiveram desfechos trágicos.
Cavalos e mulas, de montaria ou tração, poderiam correr, quando cavaleiros poderiam ficar presos nos estribos. Algumas charretes, condução dos mais afortunados e sofisticados colonos, poderiam conhecer velocidade diante de bicho novo na condução. A recomendação, aos filhos, era abrir caminho livre diante da corrida de animais, que porventura disparavam pelas esburacadas e estritas estradas gerais das localidades. Algum morador, conhecedor do manejo dos animais, auxiliava na tarefa de pará-los, quando, com facão ou madeira em punho, fazia-os acalmar-se. Uma voz, em forma de chamado, dizia “oh! oh! oh!”, que costumeiramente parecia compreendido pelos irracionais. Uma artimanha, aos animais violentos, era exagerar no peso da tração, no que não dava para correr muito.
O manejo mantinha-se um passatempo nas colônias, quando pais e rebentos, no ínterim da labuta da lavoura, tratavam de domesticar os bichos desde tenra idade. Alguns marchantes treinavam-os com vistas de negociá-los, pois animal domado possui um preço maior no comércio. Os animais do campo, sobretudo da raça dos zebus, eram os mais temidos, pois eram imprevisíveis e nunca totalmente domesticados. Negócios de animais era rotina colonial e acentuavam-se na época do plantio. Os bois, cavalos e mulas prestavam uma serventia ímpar nas colônias, quando arrastavam materiais, montarias levavam condutores, veículos conduziam gente e mercadoria.
O sucesso agrícola e material, em boa dose, advinha da qualidade dos bichos existentes na propriedade, quando a força animal e braçal era a energia do trabalho. O advento dos veículos automotores veio sepultar a epopeia rural, quando animais e humanos faziam uma simbiose produtiva comum nas propriedades minifundiárias.

Guido Lang
Jornal O Eco do Tirol, p. 03, edição 45
29 de outubro de 2005

Os prenúncios da mudança de tempo


Pôr-do-sol das nuvens Wallpaper

        Os rurais, absorvidos nas lidas da propriedade, dependem das condições meteorológicas, quando afinam as atividades ao próprio do dia. Observam, portanto, muito as condições chuvosas, bom e nublado do que depende sua produção primária. Uma série de sinais observados de forma cuidadosa, revelam as condições do tempo, quando encontram-se no quotidiano da vivência. Estes encontram-se lá e precisa-se somente de olhos para interpretá-los/lê-los no contexto da natureza. Salientam-se entre outros uns marcantes:
01.  Nascer ou pôr do Sol, como bola de fogo, chuva nas próximas horas;
02.  Cavalo rolando no potreiro – alternação do tempo no próximo dia;
03.  Nambu cantando no amanhecer – chuva no outro dia;
04.  Pedras com suadouro, chuvas nas próximas horas;
05.  Angolistas no telhado mudanças próximas no tempo;
06.  Galinhas irrequietas em árvores no contexto do dia sinais de “ar pesado” (alta umidade);
07.  Cachorro com o rabo levantado – sinal de tempo estável; deitado de barriga para cima – tempo instável;
08.  Aves estendendo asas ao sabor do Sol sinalizam chuvas próximas;
09.  Suadouro da canalização da água – chuva a vista nas horas subsequentes;
10.  Formiga correção, migrando terra abaixo, tempo bom; indo lugar acima – revela umidade/chuva;
11.  Água do poço fraquejando em forma de filete anúncio de precipitação nos dias próximos;
12.  Bem-te-vi anunciando “gib rêem!” - possibilidade de chuva nos próximos três dias;
13.  Araquã gritando em horário anormal do dia – chuva nos dias subsequentes;
14.  Saracura em alarido excepcional fora do horário tradicional da manhã assinalam chuvas;
15.  Fumaça em baixa/ar pesado – véspera de chuva; fumaça subindo/ar leve sinaliza tempo bom;
16.  Ossos fraturados, com sinais de dores as vítimas, marcam mudanças de tempo;
17.  Aves procurando sombra de manhã prenúncio de excepcional calor;
18.  A cigarra cantando - o calor alevanta, chuva distante;
19. Aves no avanço das nuvens de chuva recolhendo-se – assinala forte instabilidade;
20. Trovão oco significa chuvas intensas e prolongadas;
21. Minhocas entrando casa adentro no inverno marca de muita umidade e no verão seca;
22. Chuva em um dia, noutro dia geada, daí na certa nova chuva;
23. Urubu antecipando-se ao avanço das nuvens carregadas prenúncio de tempestades e ventanias;
24. Rabo de galo ou cavalo na aparência de nuvem no céu indica chuva nos próximos dias;
25. Chuvas caindo em respingos/bolhas significa continuação das intensas precipitações;
26. Épocas em que as formigas fazem ninhos em lugares mais elevados mostram-se sinônimo de muita umidade/chuva; ninhos aéreos, como formigas de chão em cipós em tronco, revela excessos na umidade/chuva;
27. Os bugios em alardes adoidados significa chuva em três dias, caso contrário, na ausência, excepcional seca;
28. O sabiá cantou, a Lua Nova em agosto passou, chuva adveio, início das plantações nas colônias;
As dificuldades em chover têm até enganado a sensibilidade do bicharedo, porém as possibilidades de acerto revelam-se muito grandes. Os presságios aplicam-se aos microclimas, no qual estes encontram-se inseridos no hábitat. O conhecimento, através do desenrolar da história, tem sido muitíssimo prático e útil para definir ocupações e plantações.

Guido Lang
Edição virtual
Livro “Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.downloadswallpapers.com/download-pordosol-das-nuvens-12709.htm