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domingo, 17 de maio de 2015

A prévia doação


O ancião, na agitada e ousada essência, encontrou-se no desfecho da jornada. Os poucos meses, no câncer terminal, encerram benzidos e gloriosos tempos. A intensa faina, na agitação e correria, induziu na carência dos registros. Os casos resguardaram-se na lembrança.
A descendência, na história, conhecerá pouco das andanças. A riqueza, na existência, aprontará levada no “descanso e solidão da terra”. A instrução, na aula básica, instruiu a analogia. Os humanos, nos múltiplos espaços, alimentam afinidades de interesses e misérias.
O sujeito, na via da despedida, procurou ofertar as módicas utilidades. Os itens, entre livros e indumentos, incidiram na adiantada oferta e premiação. Os pessoais, em especial os jovens, foram favorecidos na obra. A sobrevida adveio na serventia dos petrechos.
A lembrança, na essência, adviria na nostalgia. A oferta, na póstuma ausência, aprontaria no ensacamento dos materiais. Os estranhos, no “de graça”, resultariam no provável descaso e rejeite. A cautela sucedeu na esperteza. Os especiais caíram na dádiva e eleição.
O discernimento, na adoção do princípio, transcorreu nos atos e dias. A grandeza, no espírito firme e forte, alimentou-se na dor da doença. A ida, na turnê (sem regresso), incorre no desafio e receio. A pessoa, na indigesta partida, antecipa ou posterga a sorte.
A jornada, na certeza de missão cumprida e paz de consciência, facilita a derradeira e intransferível sina. A vida, na curtição da alegria e peripécia, sucede deveras concisa e interessante.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://minilua.com/